O Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural (MADER) anunciou esta sexta-feira (30), em Maputo, que a revisão da Estratégia de Género, actualmente em curso, e o respectivo Plano de Acção vão contribuir para a eliminação da discriminação com base na condição física, social, sexo e outros.
Para o efeito, a directora nacional de Salvaguarda Ambientais, no Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural (MADER), Olga Fafetine, explica que o executivo quer transformar o Plano Estratégico de Desenvolvimento do Sector Agrário (PEDSA-2030), num instrumento impulsionador de todas mudanças pertinente para alcançar o desenvolvimento sustentável e inclusivo.
“Pretende-se ainda que esta estratégia esteja integrada no sistema nacional de planificação ministerial, provincial e distrital, associado ao Plano Económico e Social do Orçamento do Estado “, disse Fafetine.
Aliás, o governo está apostado em elevar a integração da agricultura familiar e do sector privado em cadeia de valor produtiva.
“Esta integração da agricultura familiar nas principais cadeias de valor, toma em consideração que o sector familiar não é homogéneo, nas comunidades existem homens, mulheres, raparigas, rapazes, jovens, idosos com deficiência e todos têm as suas particularidades, é importante que ninguém fique para trás” referiu a governante.
Fafetine falava esta sexta-feira (30) numa mesa redonda de reflexão sobre a inclusão de pessoas com deficiência na agricultura, cadeias de valor e finanças rurais, evento promovido pelo Fórum das Associações Mocambicanas de Pessoas com Deficiência (FAMOD).
Quanto a linha de crédito para o desenvolvimento agrário, a fonte informou que o país tem actualmente cinco produtos financeiros, incluindo Sustenta Agro, Sustenta Bio, Sustenta Comunidade, Sustenta Jovem e Sustenta Emergência.
Os produtos referidos foram concebidos para estimular a integração de pequenos produtores comerciantes nos sectores agrícolas.
Por seu turno, o director executivo do FAMOD, Clodoaldo Castiano, explicou que no quadro do programa Spark Transformation, uma iniciativa lançada em 2021, cerca de 700 pessoas com deficiência beneficiaram de formação.
“A mesa redonda visava celebrar os feitos do projecto Spark Transformation por ter conseguido de uma forma pioneira fazer com que as pessoas com deficiência participem na cadeia de valor agrícola, queremos também remover barreiras que existem a nível sistémico “, disse Castiano.
A fonte entende que poucos organismos nacionais e parceiros de cooperação se importam em fazer o levantamento exaustivo de pessoas com deficiência.
“Há números sobre mulheres que estão a aceder ao financiamento e não há de pessoas com deficiência”, disse.
Por seu turno, Zacarias Zicai, director do programa “Light For The World”, entidade gestora dos fundos destinado a apoio ao projecto Spark, fez saber que o projecto piloto teve início em 2022 e está em curso.
Numa primeira fase o projecto conta com apoio financeiro do Fundo de Desenvolvimento Internacional de Agricultura (FIDA), e é implementado nas províncias de Sofala, Inhambane e Niassa.