Moçambique reafirmou hoje a sua ambição de tornar-se uma referência continental e global na inovação regulatória e desenvolvimento sustentável dos recursos petrolíferos, durante a sua participação na Expo Osaka 2025.
O compromisso foi reiterado pelo Instituto Nacional de Petróleo (INP), que representou o país nas celebrações do Dia Nacional celebrado no próximo da 25 de junho corrente, sublinhando o papel estratégico do gás natural no processo de transição energética e desenvolvimento económico.
No âmbito do painel subordinado ao tema “Empoderando Vidas: Educação e Trabalho utilizando a Inteligência Artificial e Robótica”, o INP destacou Moçambique como um fornecedor fiável de gás natural, empenhado em aliar exploração energética responsável à incorporação de tecnologias avançadas em toda a cadeia de valor de hidrocarbonetos.
A intervenção institucional sublinhou ainda a aposta crescente do país na digitalização, automação e formação de capital humano altamente qualificado, visando posicionar Moçambique como uma plataforma tecnológica no domínio do gás natural.
Com uma dotação comprovada de mais de 180 triliões de pés cúbicos (Tcf) de gás natural in situ — dos quais 135 Tcf tecnicamente recuperáveis — Moçambique alberga actualmente quatro grandes projectos de Gás Natural Liquefeito (GNL).
Entre eles, o Coral Sul FLNG, já em produção e exportação, o Golfinho/Atum e o Rovuma LNG, ambos em fase de desenvolvimento, e o recém-aprovado Coral Norte FLNG.
Esta carteira consolidada confirma o país como um dos principais fornecedores emergentes para os mercados internacionais, num contexto em que a segurança energética global exige diversificação e fontes limpas de energia.
Durante a apresentação na Expo Osaka, o INP anunciou ainda um ambicioso plano de transformação institucional, com enfoque na digitalização da regulação e modernização da supervisão do sector petrolífero.
Entre as medidas delineadas, destacam-se o uso de inteligência artificial para fiscalização remota, sistemas digitais de monitoria em tempo real, e plataformas automatizadas para acelerar os processos de licenciamento e controlo técnico-operacional.
A instituição defende que tais inovações não só aumentam a eficiência, como reforçam a transparência e confiança dos investidores.
Num gesto que combina visão estratégica com responsabilidade social, o INP declarou igualmente a intenção de reforçar a articulação com instituições de ensino e centros de formação técnica, com o propósito de integrar nos currículos disciplinas como robótica, ciência de dados, automação industrial e inteligência artificial.
O objectivo é preparar os jovens moçambicanos para os desafios e oportunidades do sector energético do futuro, tornando-os agentes activos da transformação tecnológica nacional.
“O nosso compromisso é com uma regulação ética, digital e orientada para o futuro. Moçambique não quer apenas exportar gás, mas também soluções tecnológicas sustentáveis e talento humano qualificado. Temos todos os ingredientes para desempenhar um papel relevante no novo panorama energético global”, afirmou Reinaldo de Almeida, Director de Desenvolvimento Institucional e Conformidade no INP.
Segundo o dirigente, o verdadeiro valor dos recursos naturais só será materializado se o país investir estrategicamente no seu capital humano.
A participação de Moçambique na Expo Osaka 2025 surge num momento em que a diplomacia económica se torna cada vez mais vital para atrair parcerias sólidas e investimento directo estrangeiro.
O INP aproveitou a ocasião para convidar governos, investidores e organizações multilaterais a juntarem-se ao esforço moçambicano para promover uma regulação inteligente, uma indústria energética inclusiva e a criação de valor local em todas as etapas do processo.
A Expo 2025 Osaka, que decorre de 13 de Abril a 13 de Outubro de 2025 na ilha artificial de Yumeshima, sob o lema “Projectando a Sociedade do Futuro para as Nossas Vidas”, reúne mais de 150 países e organizações internacionais.
Estima-se que o evento acolha cerca de 28 milhões de visitantes, criando uma vitrine global para soluções inovadoras, sustentáveis e inclusivas.
A presença moçambicana, organizada em torno do seu pavilhão nacional, ofereceu uma imagem de um país que está a transitar de simples exportador de matérias-primas para um protagonista tecnológico e estratégico do desenvolvimento energético.
A proposta moçambicana vai além dos recursos: aposta numa governação moderna, em parcerias transformadoras e num desenvolvimento que respeita o ambiente e promove a equidade social.