OSC moçambicanas pedem inclusão real das mulheres nas decisões políticas e processos de paz
Organizações da Sociedade Civil (OSC) exigem que as mulheres sejam parte activa no Diálogo Político Nacional Inclusivo, defendendo que a paz duradoura e o desenvolvimento só serão possíveis com a participação plena do grupo que representa 52% da população moçambicana.
A reivindicação foi feita durante uma mesa redonda em Maputo, promovida pelo Instituto para a Democracia Multipartidária (IMD), Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC) e Mecanismo de Apoio à Sociedade Civil (MASC).
“A exclusão contínua das mulheres das decisões políticas é injustificável. A sua inclusão fortalece a legitimidade dos processos e promove sociedades mais equitativas”, disse Lorena Mazive, coordenadora de programas do IMD.
Segundo Diogo Milagre, da FDC, o envolvimento das mulheres é crucial para a reconciliação nacional. “A mulher é peça central da vida em sociedade e sua voz deve estar presente na construção de consensos sobre os temas estruturantes do país.”
A mesa redonda contou com a presença da Embaixadora da Finlândia, Satu Lassila, e da Coordenadora Residente da ONU, Catherine Sozi. Ambas reforçaram a urgência da inclusão feminina nos processos políticos.
“Sem a participação das mulheres, não há inclusão verdadeira nem desenvolvimento sustentável”, declarou Lassila, destacando o papel das mulheres no progresso finlandês.
Catherine Sozi reforçou que ampliar a voz feminina aumenta as hipóteses de sucesso do processo de paz em Moçambique. “Este é um momento decisivo. As mulheres e suas organizações devem ser protagonistas na construção da paz.”
Representantes da FRELIMO, RENAMO, MDM, PODEMOS e Nova Democracia reconheceram que os desafios enfrentados pelas mulheres na política são os mesmos vividos por moçambicanas em várias esferas da vida. Defenderam maior articulação entre mulheres de diferentes sectores para construir um Estado democrático e inclusivo.
A iniciativa integra os programas Power of Dialogue e Pro-Cívico e Direitos Humanos, financiados pelos governos da Holanda e Finlândia, com apoio da Embaixada da Finlândia em Maputo.