No dia em que Moçambique comemora cinco décadas de independência, o Estádio da Machava reabre com uma nova identidade: Estádio da Independência Nacional. A decisão foi anunciada esta terça-feira, 25 de Junho, pelo Presidente da República, Daniel Francisco Chapo, durante a cerimónia que marcou os 50 anos da soberania moçambicana, celebrada diante de uma multidão e com a presença de mais de duas dezenas de líderes africanos.
A mudança do nome, segundo o Chefe de Estado, é uma forma de honrar os heróis que lutaram pela libertação do país e reconhecer o valor simbólico do próprio estádio, local onde, em 1975, Samora Machel proclamou a independência nacional.
“Queremos com esta decisão prestar homenagem aos que sacrificaram tudo pela nossa liberdade. Este recinto é parte essencial da nossa memória colectiva e deve ser reconhecido como tal”, declarou Chapo durante o evento.
A nova designação do estádio retoma uma proposta feita em 2016 pelo Clube Ferroviário de Maputo, na época gestor do espaço. A ideia de baptizá-lo como “Estádio da Independência” foi discutida, mas acabou por não avançar devido à oposição de alguns sócios. No entanto, o conceito permaneceu em aberto até encontrar no cinquentenário da independência o momento oportuno para se materializar.
Na ocasião, foram sugeridas outras alternativas, como Estádio Samora Machel ou Estádio 25 de Junho, mas nenhuma obteve consenso. Agora, com o estádio totalmente requalificado e o apoio do mais alto nível do Estado, o novo nome ganha respaldo institucional e profundo valor simbólico.
Fechado por mais de um ano para obras de modernização, o recinto reabriu exclusivamente para as festividades oficiais. As actividades desportivas só deverão retomar em Outubro, quando forem concluídas as intervenções finais.
De acordo com o porta-voz do Governo, Inocêncio Impissa, os trabalhos principais foram concluídos com sucesso dois dias antes do evento. As obras incluíram a instalação de torres de iluminação modernas, melhorias na tribuna presidencial, criação de zonas para a comunicação social e renovação de várias áreas de apoio.
Durante a sua intervenção, o Presidente Chapo fez um retrospecto das cinco décadas de independência, destacando avanços e desafios do país desde a libertação do jugo colonial.
“Esta não é apenas uma data comemorativa, mas um marco da nossa dignidade como povo soberano. São 50 anos de um percurso feito com esforço, sacrifício e esperança. Uma jornada de luta pela construção de uma nação unida, pacífica e progressista”, afirmou.
Chapo enfatizou que os desafios enfrentados ao longo desse tempo só poderão ser superados com a contribuição de todos os moçambicanos, independentemente de origens, crenças ou filiações políticas.
Além disso, sublinhou que o foco das celebrações deste ano está voltado para a consolidação da independência económica, baseada no aumento da produção e na aposta na juventude como força propulsora da transformação nacional.
“Neste dia, reforçamos o nosso compromisso com as gerações futuras. O nosso caminho rumo à independência total passa por criar bases sólidas para o desenvolvimento económico e social”, acrescentou.
O Presidente também dedicou parte do seu discurso a agradecer os países que apoiaram a luta pela libertação, com especial destaque para a Tanzânia, que acolheu e formou combatentes moçambicanos durante o período de resistência.
“O nosso profundo reconhecimento vai para todas as nações que estiveram ao nosso lado. A Tanzânia, em particular, foi uma parceira fundamental em várias frentes da nossa luta, desde a organização político-militar até a formação de quadros”, concluiu.