Depois do anúncio da Liga Moçambicana de Futebol (LMF) sobre o adiamento de seis partidas do Moçambola 2025, devido à alegada falta de condições logísticas para o transporte aéreo das equipas, a companhia Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) reagiu com um comunicado onde se demarca de quaisquer responsabilidades directas pela situação.
A transportadora nacional aponta a falta de pagamento por parte da LMF como o motivo central da interrupção do plano de voos ligados ao Campeonato Nacional de Futebol.
No documento tornado público nesta quinta-feira, a LAM esclarece que a impossibilidade de assegurar os voos solicitados se deve ao não cumprimento das obrigações financeiras por parte da entidade organizadora da prova.
A companhia aérea afirma ter comunicado previamente à LMF que, face ao seu actual contexto operacional, a emissão de bilhetes depende de pagamento antecipado, o que não se verificou até ao momento.
O comunicado sublinha que há um passivo acumulado relativo às primeiras jornadas do Moçambola 2025, bem como a temporadas anteriores, o que comprometeu a renovação do contrato de transporte que, em anos anteriores, permitia à LAM garantir o serviço com base na confiança e acordos em vigor. A ausência de um novo acordo contratual formal tornou inviável a continuidade da prestação do serviço.
Embora a Liga tenha avançado publicamente com a suspensão de jogos, não mencionou inicialmente os motivos financeiros subjacentes, limitando-se a informar sobre a indisponibilidade de condições para o transporte das equipas. Com a reacção da LAM, torna-se evidente que a crise logística está profundamente ligada à gestão orçamental do organismo que tutela o futebol nacional.
A transportadora nacional assegura, no entanto, estar disponível para retomar negociações com a LMF, com vista à criação de mecanismos que permitam a normalização das deslocações das equipas nas próximas jornadas. “A LAM expressa disponibilidade para o prosseguimento de negociações tendo em vista a criação de soluções para viabilizar a deslocação das equipas”, lê-se na parte final da nota.
Esta situação levanta preocupações não só entre os clubes participantes como também entre os adeptos e patrocinadores da principal prova futebolística nacional. A interrupção de jogos poderá comprometer o calendário da competição e agravar ainda mais a percepção de fragilidade organizacional do Moçambola, que nos últimos anos tem enfrentado desafios recorrentes de sustentabilidade financeira.
A LMF ainda não reagiu oficialmente às acusações da transportadora, mas cresce a expectativa em torno de uma possível solução de curto prazo que evite o colapso logístico do campeonato. Enquanto isso, seis jogos da presente ronda permanecem suspensos, sem nova data definida para a sua realização.