O Governo diz estar preocupado e atento ao alastramento da varíola dos macacos (Mpox), uma doença que infectou até então três moçambicanos, que se encontram no distrito de Lago, província de Niassa, vizinho de Malawi, na região Norte de Moçambique. Segundo o porta-voz do Governo, Inocêncio Impissa, que falava após o fim de uma sessão do Conselho de Ministros, os três infectados estão sob quarentena das autoridades sanitárias, de forma a acompanhar e para evitar a sua propagação.
“Os três moçambicanos deslocaram-se no trajecto Maláui-Moçambique. O Maláui tem muito mais casos, pouco mais de 40 casos. Então, creio que devem ter estado dentro do contacto”, avançou o responsável.
De acordo com o último boletim diário do Ministério moçambicano da Saúde (MISAU) divulgado na noite de segunda-feira, os três casos foram identificados em Metangula e Cábue, no Lago, no dia 08 de Julho. A 10 de Julho, o laboratório de saúde pública de Niassa confirmou que todos os três casos eram de facto portadores de varíola-M. O estado de saúde do trio é descrito como “clinicamente estável”.
Para o efeito, o MISAU enviou uma equipa composta por funcionários da Direcção Nacional de Saúde Pública e do Instituto Nacional de Saúde (INS) para prestar apoio aos profissionais de saúde provinciais e distritais. O seu trabalho inclui a monitoria do tratamento dos casos positivos actualmente em isolamento, a identificação dos seus contactos e a manutenção em quarentena, a divulgação de mensagens destinadas a prevenir a propagação da doença e a vigilância epidemiológica.
A Mpox é uma doença viral transmitida de animais para seres humanos, identificada pela primeira vez em 1970, na República Democrática do Congo (RDC). O actual surto em África foi notificado em 22 países, com mais de 26000 casos positivos da doença, resultando em 501 mortes.
Na região da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), os países afectados são a RDC, Angola, Maláui, África do Sul, Tanzânia, Zâmbia e, agora, Moçambique.
A Mpox foi declarada emergência de saúde pública de interesse internacional pela segunda vez em Agosto de 2024.
O MISAU aconselha os moçambicanos a evitarem o contacto físico com pessoas ou animais infectados, bem como com qualquer objecto utilizado por pessoas infectadas, como roupa, roupa de cama ou toalhas. As superfícies que possam ter sido contaminadas devem ser limpas e desinfectadas.