A Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) realizou, nesta Quinta-feira, uma conferência de imprensa na sua sede nacional, em Maputo. O encontro foi liderado pela Secretária-Geral do partido, Clementina Bomba, que anunciou os preparativos para a realização do Conselho Nacional ainda este ano, sem, contudo, avançar a data nem o local do evento.
A dirigente reconheceu o clima de tensão no seio do partido, marcado por críticas crescentes à liderança de Ossufo Momade. No entanto, sublinhou que o Conselho Nacional “não tem competência estatutária” para destituir o presidente da RENAMO. Bomba assegurou que a direcção mantém diálogo com os membros descontentes e defendeu que as divergências de opinião “são naturais e saudáveis numa organização democrática”.
Entretanto, João Machava, porta-voz dos ex-guerrilheiros da RENAMO, fez declarações contundentes sobre a situação interna. O grupo que representa anunciou o “fecho definitivo” das sedes provinciais e nacionais do partido, para pressionar a liderança a convocar o Conselho Nacional, prazo esse que, segundo Machava, já expirou após cerca de 20 dias.
Machava acusou Ossufo Momade de má gestão e desvio de fundos, alegando o corte de subsídios distritais e o bloqueio deliberado da realização do Conselho Nacional. Segundo o porta-voz, o encerramento das sedes reflecte a frustração dos ex-combatentes e pode ser apenas o início de ações mais intensas.
“Estamos preparando outra etapa política, que pode incluir mobilizações nacionais e até a deslocação à residência de Momade para exigir a sua renúncia”, alertou.