A Ministra da Economia e Finanças, Carla Louveira, defendeu, esta quarta-feira (23), em Maputo, a necessidade de alargar a rede bancária nacional para garantir maior proximidade entre os serviços financeiros e o mercado informal, com especial enfoque nas pequenas e médias empresas (PME). A governante falava durante a cerimónia de expansão do Micro Banco Sólido, uma entidade financeira com capitais nacionais.
Segundo Carla Louveira, o Governo está a trabalhar na construção de um sistema financeiro mais inclusivo, acessível e ajustado às necessidades do tecido económico informal, reconhecendo que as PME e os pequenos empreendedores desempenham um papel central na dinamização da economia nacional.
“A expansão da banca deve servir para promover a inclusão financeira real, que vá ao encontro das necessidades do cidadão comum, dos pequenos empreendedores e daqueles que ainda estão fora do circuito bancário”, destacou a ministra, reiterando o compromisso do Governo em aproximar o financiamento ao quotidiano económico da população.
A presença de instituições de microfinanças em mercados informais e bairros periféricos, prosseguiu Louveira, representa uma oportunidade para a criação de negócios sustentáveis, o aumento do autoemprego e o fomento de iniciativas empreendedoras com forte impacto local.
Durante a cerimónia, o CEO do Micro Banco Sólido, Gerson Tembe, revelou que a instituição pretende expandir a sua atuação para outras províncias, com a ambição de facilitar o acesso ao crédito e reduzir a burocracia no financiamento de pequenos negócios. A estratégia prevê uma abordagem mais ágil e próxima do cliente.
“Queremos que os nossos serviços cheguem mais perto dos moçambicanos, e para isso estamos a trabalhar num modelo que elimine barreiras no financiamento e acelere o surgimento de novas ideias de negócio,” referiu Tembe, sublinhando a importância de criar um ambiente mais propício ao empreendedorismo local.
Tembe explicou que o Micro Banco Sólido irá privilegiar candidatos com ideias de negócios viáveis, independentemente da sua dimensão, desde que demonstrem compromisso com o desenvolvimento económico local. “Vamos observar critérios claros, mas justos, para garantir que os fundos beneficiem quem realmente quer trabalhar e fazer crescer o país,” acrescentou.
Na mesma ocasião, Carla Louveira destacou os esforços do Executivo na criação de mecanismos robustos de prestação de contas e gestão transparente, fundamentais para assegurar o uso responsável dos recursos públicos e aumentar a confiança dos cidadãos nas instituições do Estado.
A ministra frisou que é essencial manter os cidadãos informados sobre a utilização do erário público, sobretudo no que diz respeito à recuperação de activos provenientes de práticas ilícitas. “Todos os ganhos resultantes de acções de combate à corrupção devem ser devidamente canalizados para o Estado e transformados em benefícios concretos para a população”, sublinhou.
De acordo com Louveira, o Governo tem publicado regularmente relatórios e informações financeiras relacionadas com os recursos recuperados e com a execução orçamental, como forma de garantir transparência e reforçar o escrutínio público. Esta prática, segundo disse, tem vindo a consolidar a cultura de boa governação.
A cerimónia foi também uma oportunidade para sublinhar o papel das instituições de microfinanças na promoção da coesão social, inclusão económica e redução da pobreza urbana. A expansão do Micro Banco Sólido representa, neste sentido, uma resposta à necessidade de descentralizar os serviços financeiros.
Tembe afirmou que o banco está a ser posicionado como uma alternativa aos bancos tradicionais, com um modelo mais próximo das comunidades excluídas dos sistemas financeiros convencionais. A meta é garantir que todos os moçambicanos tenham acesso a financiamento, independentemente da sua localização geográfica ou perfil económico.
A aposta na inclusão financeira e no apoio ao empreendedorismo comunitário enquadra-se na estratégia nacional de combate à pobreza, promoção da auto-suficiência e incentivo à produtividade local. O Micro Banco Sólido ambiciona desempenhar um papel ativo na transformação económica dos bairros e distritos.
A instituição prevê iniciar ainda este ano o seu processo de expansão provincial, priorizando zonas com menor cobertura bancária e elevada actividade comercial informal. Com isso, espera-se dinamizar negócios de base local e contribuir para o crescimento económico sustentável.