O Presidente da República, Daniel Chapo, colocou a juventude e o empreendedorismo local no centro da sua agenda de governação, ao anunciar nesta quinta-feira (24) de julho, em Quelimane, o lançamento iminente do Fundo de Desenvolvimento Económico Local, uma iniciativa com ênfase na inclusão produtiva e inovação juvenil.
A medida visa canalizar 60 por cento dos recursos do fundo diretamente para jovens empreendedores, numa tentativa de responder ao elevado índice de desemprego entre os mais novos e promover iniciativas sustentáveis nas comunidades. “Queremos transformar ideias em negócios, sonhos em realidades”, afirmou Chapo perante uma plateia entusiasmada.
Além do fundo, o Presidente anunciou a construção da futura sede do Parlamento em Mocuba, província da Zambézia, reforçando uma visão de governação descentralizada e mais próxima das populações. A proposta marca uma viragem na redistribuição das instituições do Estado, historicamente centralizadas em Maputo.
O fundo será gerido em coordenação com autoridades locais, e priorizará sectores como agricultura, turismo, energias renováveis e tecnologias digitais, considerados motores de uma economia inclusiva e verde. A escolha destes sectores alinha-se com a visão do Governo de promover um crescimento com base local e impacto duradouro.
Chapo defendeu que os jovens devem ser não apenas beneficiários, mas também protagonistas do desenvolvimento. “Este fundo não é um presente; é um investimento no vosso talento e na vossa capacidade de transformar Moçambique”, enfatizou, acrescentando que haverá formação e acompanhamento técnico para garantir a sustentabilidade dos projectos.
A construção da sede do Parlamento em Mocuba é interpretada como uma decisão estratégica para dinamizar a economia local e criar novos polos de atracção de investimento e capital humano nas regiões do centro e norte do país. Trata-se de uma aposta em novas centralidades nacionais.
Analistas consideram que a conjugação entre descentralização institucional e estímulo económico local pode redefinir os equilíbrios de desenvolvimento do país. “É uma nova forma de fazer política territorial, colocando a juventude no centro das decisões económicas e institucionais”, avaliou um economista local.
Com a descentralização, o Governo pretende tornar cada província um foco de decisões próprias, com competências reforçadas, mas também com responsabilidades na execução de políticas públicas. Mocuba poderá tornar-se referência nacional nesta nova configuração administrativa.
O Presidente deixou claro que este movimento visa não apenas diversificar os centros de poder, mas também garantir que o progresso chegue a todas as regiões. “Queremos um país onde o talento de um jovem em Gurué ou na Ilha de Moçambique tenha o mesmo valor que em Maputo”, concluiu.
As iniciativas apresentadas por Daniel Chapo fazem parte de uma visão mais ampla de inclusão e equidade territorial, num momento em que o país busca consolidar a paz, gerar oportunidades e reconstruir a confiança nas instituições públicas, especialmente junto à população jovem.