Pelo menos seis soldados morreram durante um tiroteio mortal ao longo da fronteira entre o Uganda e o Sudão do Sul, após alegações de que tropas sul-sudanesas teriam cruzado para o território ugandês e se recusado a recuar, confirmou nesta quarta-feira o exército do Uganda.
O incidente ocorreu na remota região do Nilo Ocidental, no Uganda, uma zona há muito marcada por disputas fronteiriças entre os dois países. Segundo o porta-voz do exército ugandês, major-general Felix Kulayigye, o confronto teve início quando soldados do Sudão do Sul entraram em território ugandês e ignoraram os avisos para se retirarem.
“Em resposta à incursão e após a morte de um dos nossos soldados, as forças ugandesas retaliaram, causando a morte de três soldados sul-sudaneses”, afirmou Kulayigye à imprensa.
Contudo, um oficial militar do Sudão do Sul, sob anonimato, apresentou uma versão diferente, alegando que cinco soldados sul-sudaneses foram mortos num “ataque surpresa” levado a cabo pelas forças de Uganda.
Após o incidente, as lideranças militares de ambos os países acordaram um cessar-fogo e prometeram realizar uma investigação conjunta para apurar as causas e evitar uma nova escalada de tensões.
As tensões na fronteira entre Uganda e Sudão do Sul não são novas. Apesar da criação de um comité conjunto de demarcação da fronteira, os avanços têm sido lentos, com uma solução definitiva prevista apenas para 2027. Enquanto isso, os limites indefinidos continuam a alimentar conflitos esporádicos entre comunidades fronteiriças e forças de segurança.
Apesar dos desacordos históricos, confrontos violentos entre os dois exércitos aliados são raros, tornando este incidente particularmente preocupante para os observadores da região.