No início da temporada, os adeptos do Ferroviário de Maputo sonhavam alto. Com a contratação de Elias Macamo, ex-Desportivo de Nacala e segundo melhor marcador da época anterior, e do veterano Telinho, que brilhou na pré-época, tudo indicava que os locomotivas seriam candidatos ao título. A expectativa, porém, deu lugar à frustração.
Passadas 11 jornadas, a equipa soma sete jogos sem vencer e, o mais alarmante, não marcou um único golo nesses encontros. Este jejum ofensivo já começa a gerar contestação entre os torcedores, que não poupam críticas nas redes sociais. “Não basta ter nomes, é preciso jogar futebol”, comentou um adepto no Facebook oficial do clube.
Os simpatizantes apontam o dedo não apenas aos jogadores, mas também à equipa técnica, acusada de falta de soluções. “A equipa é previsível, joga para trás e para os lados, não cria perigo. Precisamos de um treinador que arrisque mais”, disse outro torcedor em entrevista a uma rádio local.
Há quem questione se as promessas feitas no início da época não foram ilusórias. “Disseram que íamos lutar pelo título, mas até agora só vemos empates e derrotas. Onde está a ambição?”, questiona um sócio antigo do Ferroviário, lembrando que o clube tem tradição e não pode viver de desculpas.
A pressão já começa a ser sentida internamente. Fontes próximas do balneário afirmam que a direção convocou reuniões para exigir resultados imediatos. Caso a seca de golos continue, mudanças no comando técnico não estão descartadas.
Para muitos analistas, o risco maior é o desgaste emocional da equipa. “Quando a crise de resultados se prolonga, o ambiente fica pesado. Isso afeta não só a confiança dos avançados, mas a coesão do grupo inteiro”, explica um comentador desportivo.
Enquanto a maré não vira, os adeptos aguardam pelo próximo jogo com sentimentos mistos: esperança e desconfiança. Um golo pode mudar tudo, mas se ele não vier, a paciência da massa ferroviária pode esgotar-se de vez.
O que está em jogo não é apenas a posição na tabela, mas a credibilidade de um projeto que começou com promessas e agora vive sob o peso da cobrança. O Ferroviário precisa reagir – e depressa.







