As comunidades da zona tampão do Parque Nacional de Maputo (PNAM), no distrito de Matutuíne, beneficiaram-se de mais de três milhões e setecentos mil meticais, resultantes da canalização de 20% da receita turística arrecadada em 2024. O anúncio foi feito na cerimónia oficial de entrega dos fundos, que contou com a presença do Secretário de Estado da Província de Maputo, Henriques Bongence.
O montante, que representa um crescimento de 21% em relação a 2023, foi repartido entre 21 comunidades que vivem nas imediações do Parque. Em 2023, o valor entregue situava-se em cerca de três milhões e oitenta e seis mil meticais, o que demonstra um aumento contínuo da contribuição do turismo para o desenvolvimento local.
Ao presidir a cerimónia, Henriques Bongence destacou que a canalização de receitas para as comunidades constitui uma medida concreta que reforça a ligação entre a conservação da biodiversidade e a melhoria das condições de vida das populações.
“O equilíbrio entre a preservação dos recursos naturais e o desenvolvimento das comunidades é essencial. Quando os habitantes locais reconhecem benefícios diretos, tornam-se aliados na proteção do nosso património ambiental”, afirmou o Secretário de Estado.
Bongence sublinhou ainda que o modelo aplicado no Parque Nacional de Maputo deve servir de exemplo para outras áreas de conservação do país, demonstrando que turismo sustentável e bem gerido pode gerar benefícios partilhados e duradouros.
A iniciativa foi possível graças ao trabalho da administração do Parque Nacional de Maputo, da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC) e da Peace Parks Foundation. Juntas, estas entidades têm apostado no fortalecimento da fauna, da flora e na promoção do turismo como motor de desenvolvimento.
O aumento da receita reflete igualmente o crescimento do número de visitantes, impulsionado por investimentos em infraestruturas, promoção internacional e segurança dentro da área de conservação. Este dinamismo fortalece a imagem de Moçambique como destino turístico de natureza.
Durante o evento, membros do governo provincial e distrital presentes elogiaram a gestão do Parque, sublinhando que a canalização dos 20% contribui para reduzir conflitos entre comunidades e autoridades de conservação.
De acordo com a administração do Parque, os fundos entregues são aplicados em projetos comunitários que variam desde iniciativas agrícolas até ações de desenvolvimento social, incluindo escolas, postos de saúde e acesso à água potável.
O envolvimento das comunidades é considerado estratégico para evitar a caça furtiva e outras práticas nocivas ao ecossistema. Ao beneficiarem diretamente da receita, os habitantes sentem-se parte integrante da missão de conservação.
Henriques Bongence apelou às comunidades para utilizarem os fundos de forma responsável, privilegiando iniciativas que garantam impacto a longo prazo. “Este dinheiro deve ser aplicado em projetos que melhorem a vida coletiva, não apenas no imediato, mas também no futuro das próximas gerações”, reforçou.
Com esta entrega, o governo e os parceiros reafirmaram o compromisso de continuar a investir em políticas que associem conservação ambiental e inclusão social, consolidando o Parque Nacional de Maputo como referência de turismo sustentável em Moçambique.
No final da cerimónia, ficou clara a mensagem: proteger a natureza não é apenas uma questão ambiental, mas também uma oportunidade de desenvolvimento económico e social, cujos frutos já chegam às populações que vivem junto ao Parque.