O Tribunal Judicial da Cidade da Maxixe, província de Inhambane, está a julgar o antigo juiz-presidente Alexandre José Njovo e o escrivão Francisco Cumbane, acusados de envolvimento no desvio de cerca de 3,2 milhões de meticais.
Segundo a acusação, os dois antigos funcionários da justiça terão usado a sua posição para manipular processos e desviar valores destinados ao tribunal. O caso, que ganhou atenção pública na província, expõe fragilidades no controlo e gestão de fundos em instituições judiciais.
As autoridades afirmam que os factos ocorreram durante o período em que Alexandre José Njovo exercia funções como juiz-presidente do Tribunal Judicial da Maxixe, em conluio com o escrivão Francisco Cumbane. Ambos são apontados como responsáveis directos pela movimentação irregular do montante em causa.
Durante a primeira sessão do julgamento, o Ministério Público sustentou que os arguidos agiram com dolo e violaram princípios de probidade, lesando o Estado e comprometendo a confiança dos cidadãos no sistema de justiça.
Por sua vez, as defesas dos réus negaram as acusações, alegando falta de provas consistentes e pedindo a absolvição dos seus constituintes. O julgamento deverá prosseguir nos próximos dias, com a audição de testemunhas e a análise de documentação financeira.
O caso é considerado emblemático em Inhambane, onde organizações da sociedade civil acompanham de perto o desfecho do processo, apontando-o como um teste à capacidade da justiça moçambicana em enfrentar a corrupção dentro das suas próprias estruturas.