O distrito de Balama, no sul de Cabo Delgado, voltou a ser alvo de incursões insurgentes, após quase dois anos sem registo de episódios violentos. Em menos de uma semana, ocorreram dois ataques que deixaram marcas de destruição e medo entre as comunidades locais.
O mais recente aconteceu na noite de sexta-feira, 19 de Setembro, na comunidade de Monapo, no posto administrativo de Mavala. Moradores relatam que um homem foi morto por decapitação e que várias pessoas foram levadas à força, embora tenham sido libertadas ainda durante a madrugada.
Quatro dias antes, em 15 de setembro, insurgentes tinham invadido a aldeia de Messalo, situada a cerca de 76 quilómetros da vila-sede de Balama. Nesse ataque, um pequeno comércio foi saqueado, casas de líderes comunitários foram incendiadas e parte das instalações da escola primária local ficou destruída.
Apesar da proximidade do distrito a uma das maiores reservas de grafite do mundo, explorada pela Twigg Exploration and Mining, subsidiária da Syrah Resources, as operações mineiras não foram afectadas. As incursões ocorreram em áreas afastadas da exploração industrial.
Este regresso da violência marca a primeira ocorrência de ataques em Balama desde Novembro de 2022, sugerindo uma expansão do raio de actuação dos grupos insurgentes. Até sábado, não havia presença significativa das Forças de Defesa e Segurança na região, o que levou muitas famílias de Mavala a deslocarem-se para a sede distrital em busca de proteção.