Um antigo estudante da Faculdade de Ciências da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), Amade Sambo, desenvolveu uma vacina inovadora contra o cancro do pâncreas, considerada uma das descobertas mais promissoras no combate a uma doença que mata milhares de pessoas todos os anos, tanto em Moçambique quanto no mundo.
A vacina foi criada como parte do trabalho final do mestrado em Química na Universidade de Osaka, no Japão, e apresenta resultados pré-clínicos positivos. De acordo com Sambo, a solução química sintetizada constitui uma plataforma robusta e versátil, com potencial para o desenvolvimento de futuras vacinas, destacando-se pelo efeito específico contra o cancro pancreático.
“Os anticorpos produzidos pela vacina, mesmo em doses mínimas, demonstram elevado nível de confiabilidade, o que abre caminho para a fase clínica, a segunda etapa do processo”, afirmou o jovem cientista moçambicano.
Segundo Sambo, a vacina distingue-se das demais pelo seu componente auto-adjuvante e por apresentar menos efeitos colaterais, podendo ser administrada de forma mais segura. “As vantagens em relação às vacinas convencionais são claras, principalmente no que diz respeito à especificidade e à eficácia”, explicou.
O cientista destacou que a aprovação final dependerá do sucesso da fase clínica, que deverá decorrer ao longo de cinco a dez anos, dependendo da eficiência observada nos testes clínicos. “Este é um passo crucial, que determinará o impacto real da vacina na população”, acrescentou.
Sambo considerou esta descoberta um marco pessoal e científico, ressaltando que a pesquisa moçambicana pode contribuir de forma significativa para a ciência global, especialmente na luta contra doenças complexas como o cancro do pâncreas.
O investigador apelou ainda à promoção de pesquisas científicas de alto nível em Moçambique, capazes de gerar soluções concretas para problemas de saúde que afetam a humanidade.
Recentemente, Sambo concluiu o mestrado na Universidade de Osaka, uma das 100 melhores universidades do mundo, com média final de 96%, equivalente a 19 valores no sistema de ensino moçambicano, evidenciando o seu desempenho académico de excelência.
O próximo passo será a publicação de artigos científicos sobre os resultados obtidos, com o objetivo de ampliar o impacto da descoberta e permitir que outros pesquisadores compreendam e desenvolvam a vacina.








