A XX Conferência Anual do Sector Privado (CASP) terminou esta quinta-feira com um sentimento de optimismo moderado entre os participantes, que destacaram a necessidade de traduzir as promessas e recomendações em medidas práticas que melhorem o ambiente de negócios em Moçambique.
Durante o encerramento, presidido por Sua Excelência Basílio Muhate, Ministro da Economia, o tom foi de compromisso, mas também de cobrança. O sector privado, representado por diversas associações empresariais, apelou para que as reformas anunciadas não fiquem apenas nos discursos, mas se transformem em resultados tangíveis no curto prazo.
No seu discurso, Muhate reconheceu que as edições anteriores da CASP levantaram desafios recorrentes, como a burocracia excessiva, a morosidade nos licenciamentos e o acesso limitado ao financiamento. “Esta conferência deve marcar o início de uma nova fase, onde as decisões são executadas e monitoradas com rigor”, afirmou.
O ministro sublinhou ainda que o Governo está empenhado em tornar o país mais competitivo, atraindo investimentos e promovendo a participação de jovens e mulheres na economia, sectores muitas vezes marginalizados no processo produtivo.
Participantes e analistas concordam que esta edição da CASP foi marcada por uma abordagem mais pragmática, com foco na implementação de soluções e não apenas na identificação de problemas. A criação de comités mistos de acompanhamento entre o Estado e o sector privado foi uma das propostas mais elogiadas.
Apesar do ambiente de cooperação que marcou o evento, muitos empresários mantêm cautela quanto à execução das medidas. Para eles, a experiência mostra que as intenções nem sempre se traduzem em mudanças estruturais que facilitem o investimento e a competitividade.
“Precisamos de ver resultados, não apenas relatórios. O sector privado está pronto para trabalhar, mas o Governo tem de garantir regras claras e estabilidade”, afirmou um dos empresários participantes, à margem da sessão de encerramento.
A conferência termina, assim, com um desafio claro: sair das palavras para a acção. A confiança entre o Estado e o empresariado depende, agora, da capacidade de ambos os lados em concretizar o que foi acordado.








