O diálogo entre Moçambique e Brasil sobre empreendedorismo ganhou ontem um novo contorno, com o Instituto para a Promoção das Pequenas e Médias Empresas (IPEME) a receber uma delegação do SEBRAE e da Agência Brasileira de Cooperação (ABC).
O encontro focou-se num tema central para a economia moçambicana: como transformar a energia empreendedora existente em resultados concretos e sustentáveis.
A presença do Presidente do SEBRAE, Décio Lima, e do Director da ABC, Ruy Pereira, permitiu aprofundar uma discussão que Moçambique vem assumindo como urgente a necessidade de criar um ambiente mais favorável para o crescimento das Micro, Pequenas e Médias Empresas, que representam a maioria do tecido económico nacional. Para o IPEME, IP, este é um momento de redefinição estratégica.
O Director-Geral da instituição, Félix Pedro Malate, sublinhou que o novo Acordo de Cooperação chega numa fase em que o país procura soluções práticas para acelerar a formalização, fortalecer competências e corrigir fragilidades estruturais que limitam a competitividade das empresas. A cooperação com o Brasil, que acumula décadas de experiência no apoio à pequena economia, surge como um instrumento valioso para este objectivo.
Entre os principais eixos em análise, destacaram-se o desenvolvimento territorial, a capacitação de empreendedores e a introdução de metodologias que permitam às MPMEs aumentar produtividade e qualidade de serviços. A expectativa é de que o acordo vá além das formações pontuais e se traduza em programas de assistência técnica contínua.
Décio Lima, do SEBRAE, destacou que Moçambique reúne condições para uma trajectória de crescimento da pequena economia, desde que os empreendedores tenham acesso a ferramentas adequadas.
A parceria agora em finalização pretende justamente construir essas bases, articulando conhecimento técnico, inovação e acompanhamento especializado.
O encontro foi igualmente uma oportunidade para identificar obstáculos que ainda travam a expansão dos pequenos negócios, incluindo limitações de acesso ao financiamento, fraca organização associativa e insuficiente modernização dos processos produtivos.
A troca de experiências entre as instituições abriu caminho para soluções adaptadas ao contexto moçambicano.
A assinatura formal do acordo, marcada para amanhã, 24 de Novembro, durante as Conversações Bilaterais entre os Presidentes Daniel Chapo e Lula da Silva, deverá consolidar um quadro de actuação comum.
No mesmo dia, o Fórum de Negócios Moçambique–Brasil pretende aproximar empresários dos dois países e identificar iniciativas que possam ser alavancadas a curto e médio prazo.







