A recente entrega de cinco mil kits de geração de rendimento em Cabo Delgado assinala uma mudança de abordagem no apoio social, colocando o foco na autonomia económica das famílias em vez da dependência de assistência directa.
A iniciativa abrange chefes de agregados familiares de Mocímboa da Praia, Nangade, Macomia, Quissanga, Palma e Pemba, reforçando a intenção do Estado de promover meios de vida sustentáveis em comunidades que enfrentam vulnerabilidades agravadas.
A cerimónia simbólica, realizada a dias, em Pemba, marca o arranque de um processo que será estendido aos restantes distritos.
Mais do que a simples entrega de materiais, o programa procura introduzir ferramentas para que os beneficiários possam criar ou expandir pequenos negócios, fortalecendo a economia local a partir da base.
Os kits contemplam um conjunto diversificado de áreas da agricultura à panificação, passando pela costura, serralharia, pesca, carpintaria, electricidade, comércio e transporte reflectindo as diferentes vocações económicas da província. A intenção é proporcionar opções práticas e adaptadas aos contextos de cada família, incentivando o empreendedorismo comunitário.
Durante a cerimónia, o Secretário de Estado do Género e Acção Social, Abdul Razak Amuzá Esmail, destacou que o sucesso desta iniciativa depende, em grande medida, da disciplina financeira e da capacidade de gestão dos beneficiários.
O apelo à poupança, segundo disse, é um passo essencial para transformar o apoio inicial num negócio duradouro.
Ao afirmar que “a entrega destes kits representa um salto no combate à pobreza”, Esmail realçou que a estratégia do PASP assenta na promoção de rendimento próprio como caminho para maior estabilidade social e económica.
A visão é que estas actividades evoluam para micro-negócios sólidos, capazes de gerar emprego e dinamizar mercados locais.
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), financiador do PASP, reforçou o seu compromisso em continuar a trabalhar com o Instituto Nacional de Acção Social (INAS, IP).
A parceria pretende garantir que os projectos cheguem às populações mais vulneráveis e que sejam acompanhados de formação e apoio técnico.
Com esta distribuição, o Governo e os seus parceiros dão mais um passo na consolidação de um modelo de protecção social orientado para a produtividade, incentivando as famílias a reconstruírem os seus meios de subsistência e reduzindo as fragilidades socioeconómicas que marcam várias comunidades de Cabo Delgado.








