Moçambique iniciou, esta segunda-feira, 24 de Novembro de 2025, em Maputo, um curso regional dedicado à integração da perspectiva de género nas operações de apoio à paz. A formação, promovida pela SADC, reúne representantes de vários Estados-membros e especialistas do Centro Regional de Treino para Manutenção da Paz (RPTC).
A iniciativa visa reforçar as capacidades da região em matéria de operações de paz, em consonância com a visão do RPTC de consolidar-se como referência na formação para missões de apoio à paz. A actuação do Centro pauta-se pelo desenvolvimento, coordenação e prestação de programas de capacitação alinhados ao Órgão de Política, Defesa e Segurança da SADC, bem como aos padrões da União Africana e das Nações Unidas.
O curso decorre à luz dos objectivos estratégicos estabelecidos no Plano 2023–2027, que incluem o fortalecimento da capacidade dos Estados-membros na condução e participação em operações de paz, a promoção da igualdade de género, o apoio ao planeamento de exercícios regionais e o aprimoramento da governação interna do RPTC.
Na cerimónia de abertura, o Secretário Permanente do Ministério da Defesa Nacional, Casimiro Augusto Mueio, destacou que a região enfrenta desafios de segurança cada vez mais complexos, com impactos particularmente severos sobre mulheres e raparigas. Sublinhou ainda que a integração da perspectiva de género nas missões de paz constitui hoje uma exigência operacional e um compromisso assumido pela SADC.
Mueio reforçou que a participação activa das mulheres e a adopção de abordagens inclusivas contribuem para operações mais eficazes e sustentáveis.
A realização desta formação em Moçambique está associada aos progressos alcançados pelo país na implementação da Resolução 1325 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, no avanço de políticas de igualdade no sector da defesa e na inclusão de módulos de género nos programas das academias militares. Essas medidas têm como objectivo ampliar a presença feminina, eliminar barreiras institucionais e criar ambientes operacionais mais inclusivos.
Durante os quatro dias de trabalho, os participantes irão partilhar experiências, fortalecer redes de cooperação e aprofundar técnicas que permitam tornar as operações de apoio à paz mais sensíveis às questões de género.







