A Administração Nacional de Áreas de Conservação renovou, esta terça-feira, o pedido de cooperação contínua aos seus parceiros, sublinhando a urgência de preservar os ecossistemas marinhos que sustentam inúmeras comunidades costeiras.
O director-geral da instituição, Pejul Calenga, destacou que a conservação dos recursos oceânicos exige uma participação activa e permanente de todas as entidades envolvidas, sobretudo num cenário marcado pelo agravamento das pressões ambientais.
O pronunciamento de Calenga foi feito durante o lançamento do Programa Nacional de Desenvolvimento de Capacidade para Profissionais das Áreas de Conservação Marinha, uma iniciativa que pretende fortalecer competências técnicas e melhorar a capacidade de resposta institucional.
O dirigente realçou que o país necessita de quadros devidamente preparados para enfrentar desafios ambientais cada vez mais complexos, sobretudo ligados à protecção das espécies e à vigilância dos habitats costeiros.
Entre os aspectos considerados críticos, Calenga apontou a fragilidade na formação especializada e a insuficiência de conhecimento sobre técnicas avançadas de monitorização via satélite.
Esta lacuna, segundo explicou, limita a capacidade de actuar de forma preventiva, compromete a eficácia das operações de fiscalização e aumenta a vulnerabilidade das espécies marinhas, num contexto em que a pressão sobre os recursos naturais continua a crescer.
O responsável sublinhou também que o programa de capacitação foi concebido para beneficiar essencialmente os profissionais afectos ao Ministério da Agricultura, Ambiente e Pescas, bem como os quadros da própria Administração Nacional de Áreas de Conservação.
Estes grupos, por lidarem directamente com a gestão de ecossistemas marinhos e com processos de monitorização ambiental, são vistos como peças-chave para o fortalecimento institucional.
Calenga defendeu que a formação destes técnicos não se limita ao aprimoramento de competências técnicas, mas deve igualmente promover uma cultura de responsabilidade ambiental.
A conjugação entre conhecimento científico, práticas de conservação e envolvimento das comunidades é vista como determinante para garantir que a protecção marinha se traduza em benefícios reais para as populações que dependem dos recursos costeiros.
As organizações Naulticos e WIOSMA, representadas por Katerina e Célia Manjate, asseguraram o seu compromisso de continuar a apoiar o sector, reforçando o contributo tanto material como financeiro.
As parceiras elogiaram a iniciativa, considerando que ela representa um passo significativo para consolidar uma rede de cooperação regional dedicada à protecção dos ecossistemas marinhos.
A cerimónia terminou com a reafirmação do compromisso colectivo de aprofundar o intercâmbio técnico entre instituições nacionais e parceiros internacionais, com o objectivo de tornar a gestão das áreas marinhas mais eficiente e resiliente.
As entidades envolvidas manifestaram confiança de que o novo programa irá elevar a qualidade da conservação marinha e impulsionar práticas sustentáveis que favoreçam o equilíbrio ambiental e o desenvolvimento comunitário.








