As Linhas Aéreas de Moçambique entrarão, nos próximos dias, numa nova fase da sua estratégia de internacionalização, com a possibilidade de voltarem a sobrevoar o espaço aéreo português, brasileiro e indiano.
O anúncio foi feito pelo Presidente da República, Daniel Chapo, durante um encontro realizado na última segunda feira, no Porto, onde sublinhou que a companhia estatal está pronta para recuperar destinos suspensos e abrir novas ligações intercontinentais.
No diálogo com a comunidade moçambicana residente em Portugal, Chapo afirmou que a prioridade imediata é a retoma dos voos para Lisboa, cuja suspensão, em fevereiro deste ano, surgiu no contexto da reestruturação interna da LAM.
A preocupação com esta interrupção foi um dos temas centrais levantados pelos participantes, que destacaram o impacto da ausência dessa rota nas deslocações familiares e profissionais entre os dois países.
O chefe de Estado explicou que, após um período de reorganização e estabilização operacional no mercado doméstico, a LAM está agora em condições de avançar para a recuperação das suas ligações regionais e internacionais.
Referiu que a companhia está a preparar o relançamento de voos para Joanesburgo e Harare, antes de consolidar as ligações de longo curso que envolverão Portugal, Brasil e Índia, consideradas estratégicas para o turismo e negócios.
Apesar de não ter especificado um calendário para o regresso da rota Maputo Lisboa, Chapo assegurou que o dossiê está bastante avançado e que a retoma permitirá reforçar a competitividade e criar alternativas numa rota atualmente servida apenas pela transportadora portuguesa TAP.
Segundo o Presidente, a presença da LAM poderá contribuir para a estabilização dos preços praticados, ampliando as opções disponíveis para os passageiros.
O governante revelou igualmente que a companhia aérea estatal está a reforçar a sua frota, encontrando se em negociações para a aquisição de duas novas aeronaves.
Após esse processo, a LAM irá concentrar os seus esforços na consolidação dos três destinos internacionais agora anunciados, de forma a garantir operações sustentáveis e evitar desequilíbrios financeiros como os já registados no passado.
A rota entre Maputo e Lisboa, recuperada em novembro de 2023 após quase doze anos de interrupção, foi operada com aviões da euroAtlantic no âmbito do plano de revitalização conduzido pela sul africana Fly Modern Ark.
No entanto, a ligação foi interrompida três meses depois, quando a LAM admitiu ter acumulado prejuízos de cerca de vinte milhões de euros, levando à suspensão imediata da operação.
Durante o encontro no Porto, Chapo reiterou que a intenção do Governo é assegurar que a LAM regresse ao mercado internacional em condições mais sólidas e sustentáveis.
A abertura das futuras ligações com o Brasil e a Índia está integrada nessa estratégia, que procura reposicionar a transportadora como um instrumento relevante na promoção da mobilidade, da integração económica e da afirmação de Moçambique nos principais corredores aéreos.







