Moçambique voltou a destacar-se no panorama regional ao conquistar, pelo segundo ano consecutivo, um lugar de honra na Competição Internacional de Teledetecção e Sistema de Informação Geográfica promovida pela SADC.
O resultado confirma o avanço das competências técnicas nacionais num evento concebido para aprimorar capacidades de cartografia, leitura de imagens satélite e análise geoespacial aplicadas à pesquisa e exploração mineira.
Realizada entre 02 de novembro e 04 de dezembro de 2025, na cidade de Gaborone, Botswana, a presente edição reuniu técnicos de vários serviços geológicos da região, num ambiente de formação intensiva e demonstração prática de metodologias avançadas.
A delegação moçambicana integrou Sandra Guticua e Victor Guifutela, que participaram num workshop voltado para boas práticas de processamento digital, além de Verónica Davezita e Cardoso Banda, que assumiram a vertente competitiva do encontro.
Os representantes do país apresentaram um estudo centrado na integração de imagens ASTER e dados geofísicos com vista ao mapeamento de minerais de grafite e lítio nos distritos de Chiúre e Namuno, em Cabo Delgado.
O trabalho destacou se pela consistência técnica empregue e pela relevância do seu contributo para a identificação de recursos estratégicos num território de crescente interesse geológico.
A competição contou com a presença de cerca de nove países africanos, tendo Moçambique alcançado a segunda posição, logo atrás da República Democrática do Congo.
Zâmbia e Lesoto dividiram o terceiro lugar, num pódio que reflecte o nível crescente de competitividade entre os participantes e a evolução dos serviços geológicos da região.
Com este desempenho, Moçambique assume o estatuto de bicampeão na área de Teledetecção e SIG, depois de ter conquistado o terceiro lugar em 2024. O resultado confirma a solidez das equipas técnicas do MIREME e projeta o país como um interveniente relevante na utilização de ferramentas geoespaciais aplicadas ao sector mineiro.
A iniciativa decorreu no âmbito do JOGMEC Southern Africa Remote Sensing Week 2025, integrada na cooperação entre os governos de Moçambique e do Japão, através da JOGMEC.
O evento tem servido como plataforma de capacitação e intercâmbio científico, permitindo que os países participantes elevem os padrões de investigação e análise geológica nos seus projectos de exploração.
O desempenho alcançado este ano reforça o compromisso do MIREME com a inovação e com o desenvolvimento de capacidades técnicas capazes de sustentar decisões estratégicas no sector dos recursos minerais.
A consolidação deste percurso demonstra que o país continua a investir na modernização das ferramentas de trabalho e na qualificação dos seus quadros, factores decisivos para enfrentar os desafios de um cenário geológico cada vez mais exigente.







