O Procurador-Geral da República (PGR), Américo Letela afirma que há agentes do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) que actuam à margem da conduta profissional, deliberadamente, conforme revelou. Falando na abertura do VIII Conselho Coordenador da corporação, agora adstrita ao Ministério Público, Letela revelou que existem agentes que modificam e obstruem material de prova de crimes e até substituem electrónicos apreendidos com criminosos.
“Infelizmente temos estado a constatar que alguns colegas, a troca de favores, adulteram os resultados periciais para comprometer a prova. E, noutros casos, trocam os dispositivos electrónicos apreendidos aos criminosos e submetidos à perícia” disse Américo Letela.
Ao recém-empossado Director-Geral do SERNIC, Ilídio Miguel, não coube saída às declarações do PGR, senão, anuir e prometer avanços
“É um facto que existem no nosso seio colegas indisciplinados, ou seja, cuja conduta não se coaduna com aquilo que são os princípios de actuação do SERNIC” reconheceu, Ilídio Miguel.
Ele prometeu afinar a máquina de inteligência interna para identificar e afastar agentes da instituição implicados nesses casos.
“Nós vamos aprofundar os trabalhos de inteligência para apurar e livrarmo-nos desses colegas” prometeu.
Letela e Miguel falavam no contexto da abertura do VIII Conselho Coordenadro do SERNIC, no qual o Procurador exigiu maior eficiência no combate ao crime organizado.
“É imperativo que o SIRNIC apresente resultados concretos no combate ao crime organizado. A sociedade não se contenta mais com operações pontuais ou investigações inconclusivas. Devemos identificar não apenas os executores, mas também os mandantes dos crimes” disse.
De acordo com Leteta, a prevenção e combate aos raptos, ao tráfico de drogas, à corrupção, e outros crimes, exigem uma actuação firme e coordenada e isenta.







