A companhia de bandeira moçambicana, Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), enfrenta um novo abalo institucional após a expulsão de dois dos seus principais quadros diretivos. Clérgio Muhate e Henriques Comiche são acusados de envolvimento num esquema milionário de sobrefaturação de serviços. As Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) procederam à expulsão imediata do diretor financeiro, Clérgio Muhate, e do diretor jurídico, Henriques Comiche. Em causa está a alegada participação de ambos num esquema fraudulento que terá lesado a transportadora aérea em milhões de meticais.
Segundo os factos apurados, o desvio de dinheiro era operado através de um circuito de tradução de documentos e emissão de pareceres legais. O esquema consistia na contratação de serviços externos a preços inflacionados ou por trabalhos fictícios, cujos pagamentos eram posteriormente autorizados e desviados dos cofres da empresa.
O caso ganha contornos políticos devido às ligações familiares dos envolvidos com figuras de relevo no panorama público moçambicano, tal é o caso de Clérgio Muhate, o agora ex-diretor financeiro, é irmão de Basílio Muhate, atual Ministro da Economia;
E Henriques Comiche, ex-diretor jurídico, possui laços familiares com Eneas Comiche, figura histórica da política nacional e antigo edil de Maputo.
Estas expulsões ocorrem num período crítico para a LAM, que tem sido alvo de sucessivas auditorias destinadas a identificar focos de corrupção e ineficiência financeira. O desmantelamento desta rede de serviços jurídicos e de tradução é visto como um passo decisivo no processo de saneamento das contas da companhia, que luta pela sua sustentabilidade económica.
Até ao momento, os visados não emitiram qualquer declaração oficial sobre as acusações que levaram ao seu afastamento.







