A visita de inspecção realizada pelo Ministro dos Transportes e Logística, João Matlombe, ao Aeroporto Internacional de Mavalane, em Maputo, ficou marcada por divergências com os serviços das Alfândegas, sobretudo em torno dos procedimentos adoptados na fiscalização de bagagens e da utilização dos equipamentos de scanner.
Durante a deslocação, o governante questionou a localização dos scanners e a eficácia do seu uso, levantando preocupações quanto ao impacto dos actuais métodos de controlo na fluidez do atendimento aos passageiros e na qualidade do serviço prestado no principal aeroporto do país.
João Matlombe mostrou se igualmente crítico em relação à aplicação dos mesmos procedimentos de fiscalização a passageiros nacionais que viajam em voos domésticos, defendendo que estes utentes não deveriam ser submetidos a controlo aduaneiro idêntico ao aplicado em viagens internacionais.
A posição do ministro encontrou resistência por parte dos agentes das Alfândegas, que sustentaram que o recurso aos scanners, mesmo em voos domésticos, constitui uma ferramenta indispensável para a prevenção de ilícitos, garantia da segurança e controlo da circulação de mercadorias.
No decurso da visita, Matlombe apontou ainda alegadas práticas de intimidação por parte de alguns funcionários, afirmando que certos passageiros se sentem desconfortáveis e amedrontados durante os processos de fiscalização, situação que, no seu entender, prejudica a imagem das instituições públicas.
O episódio evidenciou fragilidades na articulação entre o sector dos transportes e os serviços aduaneiros, num momento em que cresce o debate sobre a necessidade de conciliar segurança, eficiência operacional e respeito pelos direitos dos cidadãos que utilizam o Aeroporto Internacional de Mavalane.








