O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou esta quarta feira que o seu país recebeu um apoio esmagador do Conselho de Segurança das Nações Unidas, no contexto da escalada de tensões diplomáticas com os Estados Unidos relacionada com a apreensão de petroleiros venezuelanos.
Falando durante um acto público transmitido pela televisão estatal VTV, o chefe de Estado venezuelano declarou que a posição manifestada no seio do órgão máximo de segurança internacional confirma a legitimidade das reclamações apresentadas por Caracas.
Segundo Maduro, o Conselho de Segurança reconheceu o direito da Venezuela à livre navegabilidade e ao livre comércio, princípios que considera estarem a ser violados pelas acções norte americanas.
O Presidente sublinhou que a reunião de emergência solicitada pelo seu Governo serviu para expor aquilo que classificou como práticas ilegais contra o país sul americano.
Numa intervenção marcada por um tom nacionalista, Maduro reiterou que nada nem ninguém poderá derrotar a Venezuela, reforçando a ideia de resistência face às pressões externas.
O líder venezuelano voltou a acusar os Estados Unidos de praticarem actos de pirataria internacional, ao apreenderem navios petrolíferos ligados às exportações de crude venezuelano.
De acordo com Maduro, essas acções configuram uma violação do direito internacional e representam uma ameaça à estabilidade do comércio global de energia.
As declarações surgem num momento de crescente confrontação política e diplomática entre Caracas e Washington, num quadro já marcado por sanções económicas e restrições financeiras.
Na terça feira, a Assembleia Nacional da Venezuela aprovou uma nova legislação destinada a responder às medidas impostas por países considerados hostis.
A lei prevê penas de até vinte anos de prisão para indivíduos ou entidades que promovam, instiguem, favoreçam, facilitem, apoiem, financiem ou participem em acções de pirataria, bloqueio ou outros ilícitos internacionais.
O diploma aplica se igualmente a actos dirigidos contra empresas ou parceiros comerciais que mantenham relações económicas com a Venezuela.
Segundo o Governo, a legislação visa proteger a soberania económica do país e garantir a continuidade das suas operações comerciais no exterior.
Maduro apresentou a aprovação da lei como um instrumento de defesa nacional perante aquilo que descreve como uma agressão sistemática dos Estados Unidos.
Durante o seu discurso, o Presidente enfatizou que a Venezuela não aceitará imposições externas que condicionem o seu direito de comercializar livremente os seus recursos.
A sessão do Conselho de Segurança foi convocada a pedido formal de Caracas, com o objectivo de discutir as apreensões de petroleiros e o impacto das sanções no comércio marítimo.
No decurso da reunião, a Rússia e a China manifestaram críticas às acções dos Estados Unidos, alinhando se com a posição venezuelana.
Os representantes de Moscovo e Pequim defenderam o respeito pelo direito internacional e alertaram para os riscos de precedentes perigosos no comércio global.
Para o Governo venezuelano, estas posições reforçam a sua narrativa de isolamento político dos Estados Unidos no plano multilateral.
Maduro afirmou que a Venezuela continuará a recorrer às instâncias internacionais para denunciar o que considera abusos de poder.
O Presidente reiterou que o país está preparado para enfrentar um cenário prolongado de confronto diplomático e económico.
Analistas internacionais observam que a retórica de Caracas procura capitalizar o apoio de aliados estratégicos no Conselho de Segurança.
Ao mesmo tempo, consideram que o conflito em torno das apreensões de navios pode agravar ainda mais as já frágeis relações entre Venezuela e Estados Unidos.
A disputa surge num contexto global marcado por tensões geopolíticas e pela instabilidade dos mercados energéticos.
A Venezuela, detentora das maiores reservas comprovadas de petróleo do mundo, enfrenta dificuldades para escoar a sua produção devido às sanções.
O Governo de Maduro tem procurado diversificar parceiros comerciais e fortalecer alianças políticas fora do eixo ocidental.
A recente reunião do Conselho de Segurança é apresentada por Caracas como um passo importante nesse esforço diplomático.
Apesar das declarações de vitória política, permanece incerto o impacto prático da sessão nas decisões futuras dos Estados Unidos.
O episódio evidencia, mais uma vez, a centralidade da questão petrolífera nas relações internacionais da Venezuela.
O Governo venezuelano mantém um discurso de firmeza e resistência, apostando na arena multilateral para sustentar a sua posição.








