A eventual destruição de uma grande instalação ligada ao narcotráfico, anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, poderá marcar uma mudança significativa na estratégia norte americana de combate às redes internacionais de droga, até agora concentrada sobretudo em operações navais no Caribe.
Em declarações feitas na semana passada, Trump afirmou que os Estados Unidos destruíram “uma grande fábrica ou uma grande instalação, de onde saem os barcos”, sublinhando que a operação representou “um golpe muito duro” contra a rede de tráfico visada.
As declarações foram proferidas numa entrevista a um podcast de rádio, divulgada esta segunda feira por meios de comunicação norte americanos, embora o presidente não tenha especificado se a ação ocorreu dentro do território venezuelano.
Até ao momento, a administração norte americana não confirmou oficialmente os detalhes da operação nem esclareceu a localização exacta da alegada instalação destruída, mantendo silêncio institucional sobre o alcance da acção militar.
A confirmar se, esta seria a primeira operação terrestre no âmbito da campanha antidroga dos Estados Unidos, que até agora se tem desenvolvido maioritariamente em águas internacionais do Caribe.
Trump fez estas declarações durante uma conversa com o empresário e radialista republicano John Catsimatidis, proprietário da estação WABC, enquanto comentavam operações militares dos EUA contra navios suspeitos de envolvimento no tráfico de droga.
Segundo Washington, estas acções visam desmantelar uma alegada rede liderada pelo chamado Cartel dos Sóis, que os Estados Unidos afirmam estar associado a sectores do governo venezuelano, acusações que Caracas tem reiteradamente rejeitado.
Após dias de especulação gerada por declarações ambíguas, Trump terá admitido perante jornalistas, durante a visita do primeiro ministro israelita aos Estados Unidos, que o ataque ocorreu perto da costa da Venezuela, sem avançar mais pormenores.
O anúncio surge num contexto de crescente tensão diplomática e reforça as preocupações sobre uma eventual escalada das operações militares norte americanas na região, num dossiê sensível que combina segurança, soberania e combate ao narcotráfico.







