O Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, inaugurou nesta quinta-feira, dia 29 de Agosto de 2024, no Porto da Beira, as duas novas plataformas construídas pela Companhia do Pipeline Moçambique-Zimbabwe (CPMZ), uma na Beira (Sofala) e outra na Maforga (Manica), que permitem o aumento da capacidade de bombagem de combustível da cidade capital de Sofala a Feruka, no Zimbabwe, dos anteriores dois milhões para os actuais três milhões de metros cúbicos anuais.
Estas duas novas plataformas já estão em funcionamento desde Janeiro findo e a sua construção está integrada na fase I do aumento da capacidade de bombagem no oleoduto da CPMZ, uma empresa constituída há mais de 40 anos com base em duas quotas de capital social, atribuídas em partes quase iguais ao Estado moçambicano e ao sector privado.
Além da construção das duas novas plataformas, a fase I do projecto ambicioso da CPMZ que está a ser implementado desde 2020, consistiu ainda na substituição das antigas bombas por novas com maior capacidade.
Nesta fase I, o projecto foi avaliado em pouco mais de 40 milhões de dólares, financiado por fundos próprios, com apoio da banca nacional.
Na ocasião, o Chefe de Estado congratulou a empresa pela resiliência e por estar a contribuir para o crescimento da economia de Moçambique. Filipe Nyusi disse que com a inauguração das duas novas plataformas de bombagem, da Beira e da Maforga, vai-se continuar a abastecer de forma segura a República do Zimbabwe através do oleoduto Beira-Feruka-Harare, como criando também a oportunidade para facilitar o acesso dos países do Hinterland, satisfazendo assim os acordos da SADC nesta matéria.
O Presidente do Conselho de Administração da CPMZ, António Laíce, explicou que o objecto principal da CPMZ é a satisfação da demanda do Zimbabwe através de um abastecimento seguro de produtos petrolíferos refinados na região, dando acesso preferencial ao Zimbabwe ao mesmo tempo que cria valor acrescentado à economia de Moçambique.
“A CPMZ e o Governo do Zimbabwe são movidos por uma visão partilhada de assegurar que o oleoduto entre a Beira e Harare se torne o transportador preferencial de produtos refinados para o interior da África Austral e de tornar Harare no centro de distribuição de referência de combustíveis para o Hinterland. Na prossecução desta visão partilhada com o Zimbabwe, o Conselho de Administração da CPMZ tem-se empenhado na concepção e implementação de um projecto de expansão gradual da capacidade instalada do seu pipeline, com os níveis de crescimento da demanda”, disse António Laíce.
Laíce falou ainda da importância estratégica do Corredor da Beira, referindo que “dada a importância que o Porto da Beira assume no âmbito desta estratégia, importa também salientar e aplaudir a estreita cooperação existente, hoje em dia, entre as equipas da CPMZ e dos CFM. De facto, os activos integrados da CPMZ e dos CFM são uma parte crítica da infra-estrutura energética da região central da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e a sua operação segura e eficiente é fundamental para garantir a segurança energética de Moçambique e dos países sem litoral no corredor da Beira (Hinterland), incluindo o Zimbabwe, a Zâmbia, a RD Congo e o Malawi. Face ao aumento da procura de combustíveis a nível regional, aumentará a importância do Porto e das infra-estruturas associadas no Corredor da Beira”.
“Hoje (29 de Agosto) celebramos mais um marco importante nesta caminhada iniciada há vários anos. O Conselho de Administração da CPMZ orgulha-se de ter tomado a decisão que deu origem ao aumento de capacidade que agora inauguramos, em plena pandemia, quando o futuro, em todo o mundo, era incerto. Quatro anos depois aqui estamos, a inaugurar as duas novas plataformas de bombagem da Beira e da Maforga, que permitem aumentar a capacidade do pipeline de dois para três milhões de metros cúbicos por ano, não só permitindo continuar a abastecer de forma segura a República do Zimbabwe através do oleoduto Beira-Feruka-Harare, como criando também a oportunidade para facilitar o acesso dos países do Hinterland, satisfazendo assim os acordos da SADC nesta matéria”, frisou o PCA da CPMZ.
FASE II
Entretanto, a CPMZ já está a trabalhar na fase II do seu projecto de expansão, estando, neste momento, prestes a lançar o concurso para o estudo detalhado de engenharia.
A fase II, que se pretende o aumento da capacidade dos três para cinco milhões de metros cúbicos por ano, consistirá na construção de duas estações satélites extras, uma em Nhamatanda e outra em Messica, com previsão de duração de dois anos.
De acordo com a Companhia, Moçambique e a CPMZ estão, já hoje em dia, preparados para responder a uma procura superior a cinco milhões de metros cúbicos por ano. Assim, quando a procura de combustíveis do Zimbabwe e dos países do Hinterland o justificar, a CPMZ terá em pleno funcionamento uma infra-estrutura petrolífera moderna e robusta, bastando subsituir o actual tubo de dez polegadas por um tubo maior, sem parar de bombar, à semelhança do que a Companhia fez no passado, quando substituiu o tubo antigo pelo tubo actualmente em funcionamento.
Esta será, de resto, a fase III, a última, que se pretende o aumento de capacidade de cinco milhões de metros cúbicos por ano para o volume que for necessário. Tal consistirá na substituição do actual tubo de dez polegadas por um tubo maior, sem parar de bombar e com aproveitamento integral das infra-estruturas existentes.