O governo moçambicano promete pronunciar-se após a recolha e análise dos dados relativos à violência perpetrada pelas Forças de Defesa e Segurança (FDS) contra os jornalistas, durante a manifestação que teve lugar segunda-feira (21) na cidade de Maputo.
“Sobre esta matéria em momento oportuno vai haver um pronunciamento, quando já tiver sido feita a análise, até que ponto foram atingidos os jornalistas, que consequências aconteceram, até que ponto isso pode ser tido como uma acção de coarctar o vosso trabalho, que certamente não foi isso”, disse o porta-voz do governo, Filimão Suaze.
Suaze, que também é vice-ministro da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, falava no habitual briefing à imprensa, minutos após o fim da 30ª sessão ordinária do Conselho de Ministros, havida terça-feira em Maputo.
Aliás, o Capítulo Moçambicano do Instituto de Comunicação Social da África Austral (MISA Moçambique) repudiou a violência perpetrada pelas FDS, que dispararam gás lacrimogéneo contra jornalistas quando estavam a entrevistar o candidato presidencial, Venâncio Mondlane.
Através de diversas filmagens feitas no local, um cordão de segurança das FDS aproximou-se ao local onde os jornalistas encontravam-se a entrevistar Mondlane, deitando tiros de borracha e gás lacrimogéneo, facto que concorreu para a interrupção da entrevista, dispersando os jornalistas e criando uma tensão.
No entanto, durante a tarde de terça-feira (22) através das redes sociais, Venâncio Mondlane voltou a convocar mais uma greve a nível nacional, agendada para as próximas quinta (24) e sexta-feira (25).
Entretanto, Suaze apela à calma às populações e recomenda para evitarem participar em greves ilegais.
“A nossa posição é a mesma, queremos pedir às pessoas para que se mantenham serenas, calmas, cada um que faça a sua parte, vamos todos trabalhar, os dias 24 e 25 são dias de meio de semana, são dias de trabalho”, afirmou.
O porta-voz recordou aos trabalhadores do sector privado que a sua produção é determinante para o salário, pelo que “não indo trabalhar mais um dia desta semana estarão diminuindo a capacidade do seu patrão poder pagar salário”.
Apelou aos moçambicanos a chamar à consciência e se afastarem dos movimentos e manter em funcionamento pleno todas as instituições públicas e privadas do país.
Suaze exorta aos pais e encarregados de educação a não deixarem seus filhos se juntarem às marchas ilegais “para serem usados para objectivos inconfessos, que nós não os conhecemos”.
Na mesma sessão, o Executivo apreciou o balanço do programa Sustenta e do relatório de petições, queixas e reclamações tramitadas na Administração Pública, durante o 1º semestre de 2024.