Ministro da Juventude e Desporto participa em fórum interministerial sob o lema “Quebrando Silos”
O Ministro da Juventude e Desporto de Moçambique, Caifadine Paulo Manasse, participou na manhã deste domingo, 6 de Julho de 2025, na capital da Namíbia, Windhoek, no Fórum Interministerial sobre Inclusão e Sustentabilidade.
O encontro decorreu no prestigiado Hotel Movenpeck e reuniu representantes dos sectores da Juventude, Saúde, Educação e Desporto dos países da região da África Austral, com o objetivo de construir um compromisso conjunto em torno da promoção da inclusão social e da sustentabilidade das políticas públicas.
Sob o lema “Quebrando Silos”, o evento foi presidido pelo Elija Ngurare, Primeiro-Ministro da República da Namíbia, e visou, para além da assinatura de uma declaração política, estabelecer as bases para um mecanismo de coordenação e responsabilização intersectorial, com enfoque especial na inclusão de grupos historicamente marginalizados: mulheres, jovens, crianças e pessoas com deficiência.
Durante os trabalhos, foi reiterado que a inclusão não deve ser vista como um custo adicional nos orçamentos dos países, mas antes como uma estratégia inteligente de redução de desigualdades e de racionalização dos recursos públicos.
De acordo com os participantes, políticas públicas inclusivas são mais eficientes e sustentáveis, na medida em que evitam a exclusão de grandes segmentos da população e promovem um acesso equitativo a oportunidades económicas, educativas e de saúde.
Caifadine Manasse destacou a importância da juventude como eixo central das políticas de desenvolvimento sustentável e apelou à integração transversal das necessidades dos jovens nos orçamentos nacionais e nos planos estratégicos de cada sector. Para o governante moçambicano, a juventude deve deixar de ser apenas o “futuro” e passar a ser o “presente activo” no processo de construção de sociedades mais justas e equitativas.
“Estamos aqui para partilhar experiências, mas acima de tudo para assumir compromissos que nos desafiem a implementar práticas inclusivas em todos os sectores da governação. Precisamos de estruturas e políticas que reconheçam as necessidades específicas das populações vulneráveis, assegurem financiamento adequado e monitoramento constante, com foco em resultados tangíveis”, afirmou o ministro, durante a sua intervenção.
Um dos principais consensos alcançados no fórum foi a necessidade de fortalecer as estruturas institucionais locais e nacionais que lidam com inclusão e sustentabilidade, através de financiamento adequado, formação contínua e integração de práticas inclusivas em todos os níveis da administração pública. A proposta passa também por reforçar os mecanismos de participação cidadã, ampliando as vozes dos segmentos da população que tradicionalmente têm sido excluídos dos processos decisórios.
Neste contexto, foi reforçada a urgência de criar sistemas nacionais inclusivos, com capacidade para refletir as reais necessidades, direitos e aspirações de todos os cidadãos, independentemente do seu género, condição física ou proveniência social. O objectivo é reduzir significativamente as desigualdades existentes, garantir o acesso equitativo aos serviços públicos essenciais e promover o bem-estar das comunidades mais vulneráveis.
O segundo momento do fórum foi dedicado à apresentação de painéis temáticos, com intervenções de especialistas, governantes e representantes da sociedade civil sobre experiências e desafios na implementação de políticas inclusivas na região. Os painéis abordaram temas como “Educação para Todos”, “Desporto como Ferramenta de Inclusão Social”, “Juventude e Empoderamento Económico”, e “Saúde e Acessibilidade para Pessoas com Deficiência”.
Os debates que se seguiram foram marcados por contribuições propositivas e partilhas de boas práticas, tendo sido enfatizada a importância de uma abordagem coordenada e interministerial. A visão comum defendida é a de que a sustentabilidade social só será possível se todos os sectores trabalharem em conjunto, superando lógicas fragmentadas e isoladas de governação.
No encerramento dos trabalhos, ficou o compromisso de elaboração de uma Declaração Regional de Windhoek, a ser subscrita pelos países presentes, contendo os principais princípios, metas e mecanismos de monitoria que irão nortear os próximos passos da cooperação em matéria de inclusão e sustentabilidade.
Para os observadores internacionais presentes, o fórum interministerial de Windhoek representa um sinal claro de maturidade política e de vontade colectiva por parte dos países da região em avançar para um modelo de governação mais inclusivo, participativo e justo. Para Moçambique, a participação activa do Ministro Caifadine Manasse é vista como reflexo do compromisso nacional com a inclusão e um reforço à posição do país como parte activa na construção de políticas regionais sustentáveis.