‘’Ministério da Saúde confirma três infecções pelo vírus da varíola dos macacos e activa resposta rápida para conter propagação da doença na região norte do país.’’
O Ministério da Saúde anunciou, nesta quinta-feira (11), a confirmação de três casos positivos de Mpox — vulgarmente conhecida como “varíola dos macacos” — no distrito de Lago, na província do Niassa.
Os casos foram inicialmente identificados como suspeitos no dia 8 de Julho nos postos administrativos de Metangula e Cobué, tendo sido confirmados laboratorialmente no dia 10, pelo Laboratório Provincial de Saúde Pública.
Segundo as autoridades sanitárias, através de um comunicado, os três pacientes encontram-se clinicamente estáveis, em isolamento domiciliar e sob vigilância rigorosa das equipas de saúde distrital e provincial. “Estamos a seguir todos os protocolos recomendados para impedir a propagação do vírus, garantindo o acompanhamento médico e o rastreio de contactos”, refere o comunicado oficial do Ministério da Saúde.
Esta ocorrência insere-se no contexto de um surto mais amplo que afecta vários países da região africana. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, entre 1 de Janeiro e 8 de Julho de 2025, foram notificados 77.458 casos de Mpox em 22 países africanos, dos quais 25.831 confirmados laboratorialmente, resultando em 501 óbitos. Na região da SADC, os países que já reportaram casos incluem a República Democrática do Congo, Angola, Malawi, África do Sul, Tanzânia e Zâmbia.
Em resposta imediata à situação, o Ministério da Saúde, através da Direcção Nacional de Saúde Pública e do Instituto Nacional de Saúde, deslocou uma equipa técnica ao distrito afectado, com a missão de apoiar a província de Niassa na gestão do surto. A intervenção inclui:
- Monitoria clínica dos casos positivos;
- Rastreio e colocação em quarentena dos contactos próximos;
- Reforço da vigilância epidemiológica e sensibilização comunitária.
A Mpox é uma doença viral zoonótica, identificada pela primeira vez em humanos em 1970, na República Democrática do Congo. Em Agosto de 2024, a OMS declarou a doença como uma Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional, devido ao crescimento de casos, aumento da mortalidade e expansão geográfica.
Os sintomas iniciais incluem febre, dores de cabeça, dores musculares, fraqueza, inflamação dos gânglios linfáticos e, posteriormente, erupções cutâneas características. Embora a maioria dos casos evolua de forma benigna, complicações podem surgir, sobretudo em crianças, grávidas ou pessoas imunocomprometidas.
O Ministério da Saúde recomenda medidas de prevenção fundamentais, tais como: evitar contacto físico com pessoas ou animais infectados, não partilhar roupa ou toalhas com indivíduos contaminados, desinfectar superfícies com frequência e, sempre que possível, vacinar os grupos de risco. Contudo, o acesso global à vacina contra a Mpox continua limitado.
As autoridades apelam à serenidade da população e pedem que se evite a disseminação de rumores ou informações falsas. Toda a comunicação oficial sobre a evolução do surto será feita pelos canais institucionais do Ministério da Saúde.