O partido RENAMO, na pessoa do seu porta-voz, Marcial Macome acusa o Presidente da República, Daniel Chapo de ferir o Acordo Geral de Paz e proferir discursos de ódio que no seu entender mancham a democracia. Macome diz que Daniel Chapo quer governar com base na ditadura e condena a exclusão de generais da Renamo das Forças de Defesa e Segurança. Para a perdiz, que falava em conferência de imprensa, esta Terça-feira, 29 de Julho, os pronunciamentos do Chefe de Estado podem desestabilizar o país.
“Queremos aqui e agora, primeiro, repudiar veementemente todos os discursos de ódio e intolerância que o Presidente da República tem vindo a proferir nas suas viagens de trabalho, por colocar em causa o estado de Direito Democrático, a reconciliação nacional, a estabilidade económica e promover a arrogância como método de governação”, disse Marcial Macome, porta-voz da Renamo.
Macome foi mais adiante onde acusou o estadista e seu Governo de serem os promotores de violações do Acordo Geral de Paz e explicou a razão das suas palavras.
“O Acordo Geral de Paz preconizava que as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique deveriam ser compostas 50 por cento por forças populares e 50 por cento por guerrilheiros da Renamo […] porém, numa clara violação dos acordos de Roma, os oficiais generais, superiores e outros foram sendo renegados por meio da passagem à reserva compulsiva, mesmo sem respeitar os critérios de idade de tempo de exercício da actividade. Actualmente, todos os ramos das FDS são dirigidos por membros das Forças Populares”, disse.
O porta-voz da perdiz referiu ainda que evocar a paz é nobre, mas é imperdoável fazê-los suprindo a dor, omitindo o sangue e silenciado a verdade, dos que continuam a sofrer sobre estruturas que perpetuam conflitos sobre novas roupagens.
No entanto, Macome aproveitou a ocasião para lamentar e denunciar casos de recorrentes perseguições aos seus membros e do silêncio das instituições de justiça.