O Conselho Empresarial Provincial de Gaza (CEPG) traçou novas metas para responder às preocupações do empresariado e das associações locais, com destaque para o apoio a jovens empreendedores.
Em declarações ao isocNews, nesta quart-feira, o vice-presidente da organização, Netinho Mahusse, afirmou que a prioridade da atual direção é dar mais espaço e oportunidades às iniciativas juvenis.
“O que podemos esperar é que a nova direção responda aos anseios das associações e do empresariado local. Queremos transformar boas ideias em negócios concretos e sustentáveis”, garantiu Mahusse.
Segundo o dirigente, já está em curso a capacitação de uma técnica do CEPG, que se especializa em elaboração e gestão de projetos, requisitos de financiamento e procedimentos administrativos. O objetivo é oferecer assistência qualificada aos jovens que, muitas vezes, veem as suas propostas rejeitadas por falhas técnicas.
“Há muitos jovens com ideias viáveis, mas os projetos voltam por questões formais. O nosso papel é evitar que isso continue a acontecer”, frisou.
Além de apoiar na fase de conceção, o Conselho compromete-se a acompanhar as candidaturas até à decisão final do júri. “Não vamos apenas orientar no papel. Estaremos junto dos proponentes em todo o processo”, acrescentou.
Um dos pontos centrais da estratégia é a promoção da inclusão. “Iremos assegurar que o Governo financie um maior número de projetos que criem empregos, com maior enfoque nas raparigas. Elas continuam a enfrentar dificuldades acrescidas no acesso a financiamento”, disse Mahusse.
O anúncio foi recebido com entusiasmo por jovens empreendedores. Celina Mavie, residente em Xai-Xai, disse ao isocNews que a medida pode fazer diferença: “Apresentei duas vezes propostas de negócio, mas sempre voltaram com observações que eu não sabia corrigir. Se agora teremos acompanhamento, já é uma grande ajuda”.
Também as associações juvenis mostraram otimismo. Tomás Mabjaia, dirigente de uma cooperativa local, recordou que a falta de diálogo com o CEPG era um entrave. “Durante anos pedimos mais abertura. Agora sentimos que finalmente estamos a ser ouvidos”, referiu.
Apesar das expectativas, Mahusse reconheceu os desafios. “O excesso de burocracia e a demora na avaliação dos projetos criam desmotivação. O CEPG vai trabalhar para pressionar por maior celeridade e transparência”, afirmou.
Na visão do dirigente, o impacto destas medidas pode ir além da criação de empregos. “Estamos a falar de dar autonomia económica aos jovens, reduzir desigualdades e contribuir para o desenvolvimento da província”, sublinhou.
Ainda assim, especialistas locais advertem que os resultados dependerão da capacidade de articulação entre Governo, setor privado e sociedade civil.
Ciente da complexidade do desafio, Mahusse mostrou confiança. “Temos uma missão clara e jovens determinados. Acreditamos que, com trabalho conjunto, será possível transformar o potencial em resultados visíveis”.
A nova direção do CEPG parte, assim, com a promessa de dar protagonismo aos jovens e de apostar no empreendedorismo feminino, abrindo caminho para uma maior dinamização da economia local.