Sete em cada dez produtores e comerciantes agrícolas na cidade de Maputo são mulheres, revelou o Vereador das Actividades Económicas e Turismo, Alexandre Muianga, durante um encontro realizado nesta segunda-feira (22) de Setembro, em parceria com a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA), dedicado ao fortalecimento do papel feminino na horticultura urbana e peri-urbana.
É neste contexto que o Conselho Municipal de Maputo promoveu a sessão de trabalho, no âmbito do MOZ SHEP – Projecto para Promoção da Produção Hortícola Urbana e Peri-Urbana Orientada para o Mercado, que visa introduzir práticas agrícolas mais sustentáveis e aumentar a competitividade dos pequenos produtores.
Segundo Alexandre Muianga, o envolvimento das mulheres na agricultura urbana não pode ser visto apenas como uma questão económica, mas também social. Ele destacou que a edilidade tem vindo a colocar o género no topo da agenda municipal, reconhecendo o contributo decisivo das mulheres para o abastecimento alimentar da cidade.
Por sua vez, Aya Yamuguchi, especialista em género da JICA, sublinhou que o projecto procura dar ferramentas às agricultoras para produzirem com maior eficácia e dominarem os mecanismos de comercialização. Para a responsável, empoderar mulheres agricultoras é investir na sustentabilidade de Maputo.
As formações previstas vão abranger desde a identificação da época ideal de produção até técnicas de gestão e marketing, permitindo que as produtoras tenham maior controlo sobre o destino da sua produção.
A iniciativa é também um espaço de partilha de experiências entre os agricultores urbanos, que muitas vezes enfrentam obstáculos ligados ao acesso a mercados e recursos. Para muitas mulheres, este é um passo importante para transformar a agricultura numa actividade mais lucrativa.
As autoridades municipais defendem que o crescimento da horticultura urbana deve estar aliado à criação de melhores condições de comercialização. Para isso, há planos em curso para revitalizar mercados e organizar novos pontos de venda.
A JICA, com longa tradição de cooperação em Moçambique, garantiu o seu compromisso em apoiar projectos que promovam inovação e aumento da produtividade, apostando sobretudo na inclusão social.
O município reforçou que o aumento da produção local não só garante alimentos frescos e acessíveis para os residentes, como também contribui para reduzir a dependência externa.
Num cenário de crescimento populacional e desafios económicos, apostar nas mulheres agricultoras surge como uma estratégia inteligente para conciliar desenvolvimento económico, segurança alimentar e justiça social.
No final do encontro, os parceiros sublinharam que o futuro da agricultura urbana em Maputo passa pela valorização da mulher, protagonista indiscutível de um sector em transformação.