Quelimane vai dispor, nos próximos meses, de uma nova rede de esgoto e de uma Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR), um investimento do Governo que promete melhorar a saúde pública e aumentar a resiliência da cidade face às chuvas intensas.
Durante a visita às obras, o ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, Fernando Rafael, sublinhou que o projecto vai marcar uma viragem na qualidade de vida dos residentes. “Estamos a preparar Quelimane para resistir melhor às chuvas. Com a nova rede de esgoto e a ETAR moderna, vamos reduzir o risco de inundações nas ruas, eliminar a mistura de águas pluviais com esgoto e proteger a população contra surtos de cólera e outras doenças”, afirmou.
O empreendimento contempla a instalação de 60 quilómetros de redes de esgoto, dos quais 45 quilómetros localizados em zonas urbanas e 15 quilómetros em áreas periurbanas. A infraestrutura inclui ainda a construção de três estações elevatórias, fundamentais para assegurar o escoamento adequado das águas residuais.
De acordo com informações avançadas no local, a água devolvida ao meio ambiente passará a obedecer aos padrões nacionais e internacionais de qualidade, reduzindo o impacto ambiental e protegendo os ecossistemas aquáticos.
A dimensão do investimento reflete-se também no alcance social: mais de 29 mil famílias vão beneficiar diretamente da nova rede, com a realização de cerca de duas mil ligações domiciliárias.
Especialistas em saúde pública acreditam que o novo sistema contribuirá para a redução drástica do fecalismo a céu aberto e para a prevenção de doenças de origem hídrica, que historicamente têm afetado Quelimane durante a época chuvosa.
Fernando Rafael destacou que a conclusão destas obras é crucial para a dignidade urbana da capital provincial da Zambézia, reforçando que o saneamento é um dos pilares do Plano Quinquenal do Governo (PQG 2025–2029) e do Programa Estratégico de Saneamento de Águas Residuais (PESOE 2025).
O governante recordou que intervenções de grande escala no sector estão igualmente em curso em cidades como Maputo, Beira, Tete e Nampula, sinalizando a aposta do Executivo numa estratégia nacional de modernização urbana.
Para além da melhoria imediata nas condições de saúde e higiene, o Governo acredita que os investimentos em saneamento terão efeitos de médio e longo prazo, ao aumentar a resiliência das cidades e reduzir a vulnerabilidade das populações perante fenómenos climáticos extremos.