Uma equipa conjunta do Governo de Moçambique e do Banco Mundial iniciou, na terca-feira (3) de novembro de 2025, uma missão de supervisão ao Projecto de Resiliência Rural no Norte de Moçambique (MozNorte), com o propósito de avaliar o impacto das intervenções já realizadas nas comunidades beneficiárias.
A iniciativa decorre até 15 de novembro e é coordenada pelo Ministério da Agricultura, Ambiente e Pescas (MAAP), através do Fundo Nacional de Desenvolvimento Sustentável (FNDS).
A missão marca um momento importante de monitoria e partilha de resultados entre as entidades executoras e os parceiros de cooperação, num esforço conjunto para fortalecer a resiliência económica e ambiental das comunidades rurais afetadas por choques climáticos e deslocamentos populacionais.
Ao longo das duas semanas, estão previstas reuniões técnicas e visitas de campo às províncias de Niassa, Cabo Delgado e Nampula, onde o projecto tem vindo a ser implementado. O objetivo é recolher evidências sobre a eficácia das acções desenvolvidas e identificar oportunidades de melhoria para maximizar o impacto local.
O Projecto MozNorte, financiado pelo Banco Mundial, apoia directamente agricultores, pescadores e famílias em zonas rurais, promovendo práticas sustentáveis de produção e conservação ambiental. Entre os seus eixos prioritários estão o fortalecimento da segurança alimentar, o acesso a meios de subsistência dignos e o uso racional dos recursos naturais.
Durante a missão, os representantes das instituições envolvidas Banco Mundial, MAAP, ProAzul, BIOFUND e AQUA — vão também avaliar o nível de integração entre os sectores agrícola, florestal e pesqueiro, bem como o contributo das infraestruturas comunitárias na melhoria das condições de vida.
As Populações Internamente Deslocadas (PIDs) e as comunidades anfitriãs constituem o principal grupo-alvo das intervenções, beneficiando de apoio técnico e financeiro para impulsionar a sua autonomia e promover a convivência harmoniosa nas zonas de reassentamento.
Segundo o FNDS, os resultados preliminares indicam progressos significativos em diversas frentes, incluindo o aumento da produção agrícola, a criação de pequenos negócios locais e a adoção de práticas que reduzem a pressão sobre os ecossistemas.
O ProAzul tem desempenhado um papel relevante na dinamização da economia azul, fomentando iniciativas comunitárias de pesca sustentável e agregação de valor aos produtos marinhos. Por outro lado, a BIOFUND tem garantido a implementação de mecanismos de conservação das áreas protegidas, em parceria com a Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC).
De acordo com os técnicos do Banco Mundial, o MozNorte representa um modelo de coordenação interinstitucional que alia investimentos produtivos à sustentabilidade ambiental, mostrando que o desenvolvimento rural pode ser simultaneamente inclusivo e verde.
A missão deverá culminar com a formulação de recomendações estratégicas para reforçar a eficácia do projecto e orientar futuras intervenções na região norte, num contexto de reconstrução pós-conflito e adaptação climática.
Ao apostar na integração entre agricultura, pescas e conservação, o Projecto MozNorte reforça a visão de um norte resiliente, com comunidades empoderadas e melhor preparadas para enfrentar os desafios do desenvolvimento sustentável.
Com esta avaliação conjunta, o Governo e o Banco Mundial reafirmam o seu compromisso com a promoção de um crescimento equilibrado e inclusivo, colocando as populações locais no centro da agenda de resiliência e prosperidade do país.







