Maputo foi palco, nesta quarta-feira, 5 de Novembro de 2025, do lançamento da Estratégia de Género e Inclusão Social no Contexto da Gestão e Redução do Risco de Desastres 2024-2030, uma iniciativa do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD).
O documento pretende garantir que as políticas de prevenção e resposta a desastres naturais considerem as necessidades diferenciadas de mulheres, homens, raparigas, rapazes e grupos vulneráveis.
A cerimónia foi dirigida pelo Director da Divisão de Salvaguardas Sociais e Ambientais (DSSA), Adelto Américo Chambela, e contou com a presença de representantes de instituições governamentais, organizações da sociedade civil e parceiros internacionais, incluindo ONU Mulheres, Programa Mundial de Alimentação, Save the Children, World Vision, ENABEL e a Embaixada da Irlanda.
Chambela explicou que a estratégia surge num contexto de crescente frequência e intensidade de eventos climáticos extremos em Moçambique, com impactos diferenciados sobre os diversos segmentos da população. “Para garantir respostas eficazes e justas, é essencial que as políticas sejam sensíveis ao género e inclusivas”, sublinhou.
Segundo o responsável, o objetivo da estratégia é construir resiliência nas comunidades mais vulneráveis, assegurando que a igualdade de género e a inclusão social sejam integradas em todas as fases da gestão do risco de desastres, desde a prevenção até à recuperação pós-evento.
A Estratégia inclui um Plano de Ação que estabelece metas concretas e indicadores claros para medir o progresso até 2030, alinhando-se com as políticas nacionais e compromissos internacionais de desenvolvimento sustentável.
Chambela enfatizou que o sucesso da implementação depende do envolvimento coordenado de todos os actores, incluindo governo, sociedade civil, parceiros de cooperação e comunidades locais. “Só com acção conjunta poderemos transformar esta estratégia em resultados reais para as pessoas”, afirmou.
A DSSA alertou que desastres naturais afetam de forma desigual homens e mulheres, sendo fundamental reconhecer estas diferenças para assegurar que as respostas e medidas de mitigação sejam eficazes e equitativas.
Durante o evento, os parceiros internacionais destacaram a importância da abordagem inclusiva para fortalecer a resiliência das comunidades, sobretudo mulheres, crianças e pessoas com deficiência, grupos tradicionalmente mais vulneráveis aos impactos de desastres.
Chambela reiterou que a estratégia é uma ferramenta não apenas técnica, mas também política, capaz de orientar decisões e investimentos que promovam justiça social e proteção às populações mais fragilizadas.
A integração da dimensão de género nas políticas de gestão do risco de desastres é vista como um passo estratégico para reduzir desigualdades e fortalecer a capacidade de adaptação das comunidades frente aos efeitos das mudanças climáticas.
A iniciativa também reforça o alinhamento de Moçambique com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, especialmente no que respeita à igualdade de género (ODS 5) e à ação climática (ODS 13), promovendo a inclusão social como pilar central das políticas de resiliência.
Chambela concluiu apelando à mobilização contínua de recursos técnicos e financeiros, sublinhando que a responsabilidade pela implementação da estratégia é partilhada entre todos os sectores da sociedade.
O evento serviu ainda para promover o diálogo entre parceiros nacionais e internacionais, destacando boas práticas e lições aprendidas no âmbito da redução do risco de desastres e da promoção da equidade social.
Com esta estratégia, Moçambique reafirma o compromisso de criar respostas inclusivas e sustentáveis aos desastres naturais, fortalecendo a capacidade das comunidades de enfrentar os desafios climáticos de forma mais justa e eficiente.







