O País reforça a sua posição nas negociações globais sobre o clima, com o objectivo de garantir que as suas prioridades e necessidades sejam consideradas nas deliberações da 30ª Conferência das Partes (COP30) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.
Neste sábado, 08 de Novembro, em Belém, Brasil, o Ministro da Agricultura, Ambiente e Pescas, Roberto Mito Albino, reuniu-se com a delegação moçambicana, num encontro decisivo para a consolidação da estratégia nacional de intervenção na conferência. A reunião centrou-se na necessidade de o país apresentar-se com uma posição coesa, articulada e representativa das aspirações do povo moçambicano face aos impactos crescentes das mudanças climáticas.
O encontro contou com a presença de técnicos e especialistas de diversas instituições do Estado, que trabalham de forma conjunta na preparação das propostas e mensagens a serem defendidas nas sessões da COP30. Para o Ministro, a coordenação entre sectores é fundamental para que o país fale com uma só voz e conquiste maior espaço nas mesas de decisão internacional.
“Precisamos falar a uma só voz, para que o mundo reconheça a seriedade do nosso compromisso e a legitimidade das nossas abordagens”, sublinhou Roberto Albino, destacando que a unidade de propósito é um elemento essencial para reforçar a credibilidade do país nos fóruns multilaterais sobre o clima.
Durante o encontro, o governante reiterou que Moçambique deve defender com firmeza o princípio da justiça climática, lembrando que os países menos poluentes são, paradoxalmente, os que mais sofrem os efeitos da crise ambiental. Nesse sentido, apelou à comunidade internacional para um compromisso renovado com o financiamento climático e a partilha equitativa de responsabilidades.
O Ministro destacou ainda a importância de o país criar uma Entidade Nacional Acreditada, que permita acesso directo aos fundos internacionais de apoio climático. Segundo explicou, esta estrutura será determinante para garantir uma gestão mais autónoma e eficiente dos recursos destinados à mitigação e adaptação às mudanças climáticas.
“Com uma entidade nacional, poderemos reduzir a burocracia, acelerar a execução dos projectos e assegurar que o financiamento chegue directamente às comunidades mais afectadas”, afirmou o governante, reforçando que a transparência e a eficiência na gestão dos fundos serão pilares centrais deste novo modelo.
A reunião serviu também como momento de reflexão sobre o papel de Moçambique na diplomacia climática global. Os participantes defenderam que o país deve continuar a posicionar-se como uma voz activa de África, promovendo soluções que conciliem o desenvolvimento económico com a preservação ambiental.
Os delegados moçambicanos reafirmaram o compromisso de levar à COP30 uma agenda centrada no desenvolvimento sustentável, na valorização do conhecimento local e na adopção de práticas resilientes. Para o grupo, é essencial que as políticas internacionais reconheçam a experiência e as realidades africanas como parte das soluções globais.
A preparação incluiu ainda uma análise das políticas nacionais já em curso, com destaque para os avanços registados na conservação ambiental, agricultura sustentável e gestão dos recursos naturais. Tais progressos, de acordo com o Ministro, demonstram o compromisso do país com uma transição ecológica justa e inclusiva.
Num contexto em que a urgência climática domina a agenda global, Moçambique chega à COP30 não apenas como um país vulnerável, mas como uma nação proactiva e determinada a contribuir para as soluções. O governo pretende apresentar exemplos concretos de programas e iniciativas que podem servir de modelo para outros países em desenvolvimento.
Com este posicionamento, Moçambique reafirma a sua determinação em ser uma voz de equilíbrio e liderança africana na defesa da justiça climática e da responsabilidade partilhada. A presença na COP30 é, assim, vista como uma oportunidade para transformar compromissos em acções, traduzindo a diplomacia climática em benefícios reais para as comunidades e para o futuro do planeta.







