A Fundação Bill & Melinda Gates anunciou um investimento de 1,4 mil milhões de dólares, a ser aplicado ao longo dos próximos quatro anos, com o objectivo de fortalecer a resiliência dos pequenos agricultores em África Subsariana e na Ásia.
A iniciativa pretende impulsionar o desenvolvimento de tecnologias agrícolas que ajudem a enfrentar os efeitos das mudanças climáticas, nomeadamente a exposição a fenómenos meteorológicos extremos, e que contribuam para o aumento da produtividade e sustentabilidade das práticas agrícolas.
Segundo a Fundação, o foco recai sobre os agricultores de pequena escala, que representam uma parte significativa da produção alimentar mundial, mas continuam entre os mais afectados pelas alterações climáticas e os menos beneficiados pelo financiamento climático global.
O investimento destina-se a apoiar soluções inovadoras desde o desenvolvimento de sementes resistentes à seca até à introdução de sistemas de irrigação mais eficientes, com o propósito de aumentar a segurança alimentar e reduzir a vulnerabilidade das comunidades rurais.
Para Bill Gates, a medida enquadra-se na visão de que os esforços de combate às mudanças climáticas devem estar centrados nas pessoas mais expostas aos seus efeitos. “A crise climática é também uma crise alimentar. Se quisermos construir resiliência, precisamos investir em quem produz o que o mundo come”, afirmou o filantropo, citado em comunicado.
A iniciativa surge alinhada com a agenda da COP30, que terá lugar em 2025, e reflete a aposta da Fundação em investimentos direccionados que gerem impacto humano e social significativo, especialmente em regiões com baixos níveis de adaptação climática.
De acordo com os dados divulgados, parte dos fundos será canalizada para parcerias com governos e instituições científicas locais, de modo a garantir que as tecnologias desenvolvidas respondam às realidades e necessidades específicas de cada região.
Analistas sublinham que o apoio financeiro da Fundação Gates representa um impulso importante para o sector agrícola em economias emergentes, num momento em que a insegurança alimentar global continua a aumentar devido à instabilidade climática e geopolítica.
Com este novo compromisso, Bill Gates reforça a sua influência no debate sobre a justiça climática e o papel da ciência e da inovação no combate à fome e à pobreza.







