O Ministério da Saúde reafirmou, esta semana, o seu compromisso com a modernização do Sistema Nacional de Saúde ao realizar a primeira Conferência de Promoção e Divulgação da Telessaúde Moçambique, uma plataforma digital criada para reforçar a formação contínua dos profissionais de saúde.
Lançada em 2018, a plataforma disponibiliza actualmente vinte e oito cursos em linha e conta com mais de seis mil profissionais inscritos.
Durante o encontro, o Inspetor Geral da Saúde, Norton Pinto, que representou o Ministro da Saúde, esteve ladeado pelo Representante da Organização Mundial da Saúde, Yasser Gulamo, e pelo Director Nacional de Formação, Sualehe Rafael. Na ocasião, destacou a relevância das tecnologias digitais no fortalecimento dos serviços de saúde.
Norton Pinto sublinhou que a Telessaúde Moçambique constitui uma oportunidade concreta para ampliar o acesso à formação, melhorar a qualidade dos serviços e reduzir as desigualdades que ainda persistem entre as diferentes regiões do país.
A fonte referiu que a digitalização é um pilar essencial para aproximar cuidados de saúde aos que deles mais necessitam.
O dirigente explicou que a adoção de plataformas digitais permite actualizar competências de forma contínua, com maior flexibilidade e custos reduzidos, o que representa um avanço significativo para o desenvolvimento do capital humano no sector da saúde.
No decurso da conferência, o representante do Instituto Nacional de Tecnologias de Informação e Comunicação, Macumbe, afirmou que o Governo, o sector privado, a academia e a sociedade civil têm caminhado em consonância rumo ao desenvolvimento tecnológico nacional.
Sublinhou que a Inteligência Artificial, quando aplicada de forma responsável, representa uma ferramenta estratégica para o progresso social e económico do país. Segundo ele, trata se de um recurso capaz de elevar a eficiência dos serviços essenciais, incluindo o sector da saúde.
Macumbe destacou que a utilização de soluções baseadas em Inteligência Artificial oferece novas possibilidades para apoiar o diagnóstico clínico, reforçar a vigilância epidemiológica, auxiliar a triagem de doentes e melhorar os processos de tomada de decisão.
Esclareceu, no entanto, que estas tecnologias não substituem o profissional de saúde, mas sim complementam o seu trabalho através do processamento avançado de dados, permitindo uma abordagem mais precisa e centrada no paciente.
O representante do INTIC enfatizou ainda a necessidade de uma utilização ética e responsável da Inteligência Artificial, em alinhamento com os princípios orientadores da UNESCO. Estes princípios defendem a proporcionalidade, a segurança, a transparência, a equidade, a protecção de dados e o bem estar humano e ambiental.
O debate reforçou que a integração da Inteligência Artificial e da telessaúde abre caminho para uma prestação de cuidados mais inclusiva, eficiente e acessível, sobretudo nas zonas remotas onde persistem maiores dificuldades de acesso aos serviços especializados.
Os intervenientes concluíram que a digitalização do sector da saúde representa um passo decisivo para o fortalecimento da soberania digital do país, permitindo maior autonomia tecnológica e melhor resposta às necessidades dos cidadãos.
Com esta conferência, o Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Tecnologias de Informação e Comunicação reafirmam o seu compromisso conjunto de posicionar Moçambique na linha da frente da inovação tecnológica aplicada à saúde, promovendo um sistema mais moderno, ágil e orientado para o bem estar do cidadão.







