O Director da Divisão de Prevenção e Mitigação do INGD, César Tembe, afirmou que Moçambique deve criar mecanismos eficazes para o fortalecimento dos serviços de aviso prévio, de modo a minimizar os impactos das mudanças climáticas, considerando a elevada vulnerabilidade do país devido à sua localização geográfica.
A declaração foi feita na segunda-feira, em Maputo, durante a reunião nacional de monitoria da iniciativa Aviso Prévio para Todos, encontro que teve como objectivo avaliar o progresso do Roteiro Nacional do EW4All e definir prioridades institucionais para o período 2024–2026.
Tembe lembrou que Moçambique foi dos primeiros países a aderir à iniciativa global lançada pelo Secretário-Geral das Nações Unidas em 2022, sublinhando que esta decisão evidencia a consciência nacional sobre a exposição crescente do território a riscos climáticos severos.
Para o Director, a adesão à iniciativa internacional reflete a necessidade de alinhar as estratégias internas do país com padrões internacionais de resiliência, reforçando a capacidade de resposta frente a fenómenos extremos.
Segundo Tembe, o aumento da frequência e intensidade de ciclones, cheias e períodos prolongados de seca demonstra que os sistemas de aviso precoce não podem falhar, sob pena de amplificar perdas humanas e económicas.
O responsável explicou ainda que o INGD tem vindo a reforçar a produção e a disseminação de informação meteorológica e hidrológica fiável, procurando torná-la acessível e contextualizada para todas as comunidades, sobretudo as mais vulneráveis.
Tembe destacou que o acesso a dados de risco e vulnerabilidade será expandido, permitindo decisões mais informadas e oportunas, fundamentais para reduzir os efeitos devastadores de eventos climáticos extremos.
A reunião contou também com a intervenção de Titzi Magaza, representante da UNDRR, que reconheceu o papel de liderança de Moçambique na região quanto ao desenvolvimento de sistemas de alerta precoce e de mitigação de riscos.
Magaza salientou que o investimento contínuo em mecanismos de aviso prévio tem demonstrado eficácia na redução de perdas humanas e materiais, além de contribuir para o fortalecimento do desenvolvimento sustentável em comunidades vulneráveis.
Apesar dos avanços, a representante da UNDRR alertou que persistem fragilidades significativas, sobretudo na coordenação entre instituições e na capacidade de resposta rápida frente a emergências climáticas.
Tembe concordou com a avaliação, acrescentando que a construção de um sistema de aviso precoce robusto depende da colaboração estreita entre o Estado, parceiros internacionais e comunidades locais, de forma a garantir que a informação chegue a todos os cidadãos de maneira eficiente.
O encontro concluiu que Moçambique precisa acelerar reformas institucionais e tecnológicas, consolidando os sistemas de alerta e reforçando a resiliência nacional, para enfrentar os impactos das mudanças climáticas que se tornam cada vez mais frequentes e intensos.







