O secretário geral do Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique, Duclesio Chico, afirmou que a saída do Reino Unido do projecto de gás natural liquefeito na Bacia do Rovuma, em Cabo Delgado, constitui um movimento estratégico para evitar o envolvimento em polémicas relacionadas com alegadas violações dos direitos humanos na região.
Segundo explicou, a decisão não surge isolada e reflecte a sensibilidade crescente da comunidade internacional face aos impactos sociais associados ao conflito no norte do país.
Em entrevista concedida à IsocNews nesta quarta-feira 03 de Dezembro de 2025, o dirigente do PODEMOS destacou que a retirada britânica poderá comprometer, num horizonte próximo, a dinâmica socioeconómica prevista para Moçambique, considerando o peso que os investimentos energéticos têm na geração de receitas, na criação de empregos e na revitalização das economias locais.
Para Chico, o país poderá ressentir se de atrasos e de reconfigurações estratégicas impostas pela mudança do posicionamento dos investidores.
Apesar das consequências económicas que antevê, Duclesio Chico admitiu que o histórico de denúncias de violações dos direitos humanos em Cabo Delgado influenciou a decisão britânica.
Sublinhou que a pressão social e diplomática em torno das operações no terreno tem sido determinante para as avaliações de risco dos parceiros internacionais, especialmente em sectores com forte visibilidade pública como o petróleo e o gás.
Para além do Reino Unido, Países Baixos ponderam adoptar uma posição semelhante. A fonte explicou que estas nações tendem a evitar associações a projectos marcados por controvérsias que envolvem populações civis, sobretudo em contextos onde ainda se procura estabilizar a situação de segurança e restaurar a confiança das comunidades.
Segundo Chico, o recuo de investidores europeus transmite um sinal claro sobre a necessidade de fortalecer mecanismos de protecção social e de boa governação nas áreas afectadas.








