A Primeira-Ministra de Moçambique, Maria Benvinda Levi, apresentou hoje (03), na Assembleia da República, a Proposta do Plano Económico, Social e Orçamento do Estado (PESOE) para 2026, segundo instrumento anual de implementação do Programa Quinquenal do Governo 2025-2029.
Levi destacou que o plano foi elaborado num contexto nacional marcado por crise pós-eleitoral, ataques terroristas e eventos climatéricos extremos, factores que contribuíram para a contracção económica contínua desde finais de 2024. Em resposta, o Governo aposta na diversificação económica, melhoria do ambiente de negócios e fortalecimento das infra-estruturas.
Para 2026, o Executivo prevê um crescimento do PIB de 2,8%, inflação média de 3,7%, exportações de 8,4 mil milhões de dólares e reservas internacionais equivalentes a 4,4 meses de importações. Espera-se também um aumento do investimento directo estrangeiro para 5,8 mil milhões de dólares, impulsionado por projectos nos sectores de energia e hidrocarbonetos.
O plano contempla investimentos em agricultura, pescas, indústria extractiva, energia e infra-estruturas, com destaque para a reabilitação de 294 km de estradas, expansão do abastecimento de água, construção de armazéns de combustíveis e avanço do Porto de Pesca de Angoche. Na área social, o Governo prevê construir escolas, contratar professores e técnicos de saúde e reforçar a protecção social, abrangendo mais de 890 mil famílias vulneráveis.
O orçamento de 2026 prevê receitas de 407 mil milhões de Meticais e despesas de 520,6 mil milhões, resultando num défice de 7% do PIB — valor considerado inferior ao de 2025 e sinal de esforço de consolidação fiscal. O défice será financiado por créditos internos e externos e por donativos.
A Primeira-Ministra concluiu apelando à paz e estabilidade como condições essenciais para o desenvolvimento e solicitou autorização para que a Ministra das Finanças apresente os detalhes técnicos do PESOE 2026.








