A capital moçambicana prepara-se para acolher o XIVº Festival de Jogos Tradicionais, uma iniciativa que visa celebrar, resgatar e promover o rico património cultural nacional, incentivando o envolvimento multigeracional da sociedade.
O anúncio foi feito na manhã de terça-feira, 17 de Junho, durante a IXª Sessão Ordinária do Conselho dos Serviços de Representação do Estado na Cidade de Maputo, onde foram também discutidos outros assuntos de interesse colectivo e governativo.
O porta-voz do órgão, Élio Mudender, explicou que o festival se insere num esforço contínuo de valorização das práticas tradicionais moçambicanas, e que o processo preparatório está a decorrer de forma faseada. Segundo detalhou, a fase dos bairros, que arrancou em Março deste ano, permitiu envolver comunidades locais e estabelecer um ambiente de mobilização e competição saudável. A etapa seguinte, de âmbito distrital, será lançada nas próximas semanas, e culminará com a grande final a nível da cidade, agendada para o dia 10 de Agosto.
A iniciativa pretende integrar diferentes faixas etárias e géneros, envolvendo crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos. As modalidades previstas incluem jogos tradicionais como a Ntxuva e a Murravarava, duas práticas ancestrais com fortes raízes culturais nas comunidades moçambicanas, particularmente do sul e centro do país. Além destas, outras modalidades deverão ser introduzidas com o intuito de alargar a representatividade das tradições locais, promover o intercâmbio geracional e fomentar a coesão social entre os participantes.
Para as autoridades municipais, os jogos tradicionais não são apenas uma forma de entretenimento e lazer, mas também instrumentos de educação informal, transmissão de valores culturais, solidariedade comunitária e de promoção de um estilo de vida saudável. Ao mesmo tempo, estes jogos funcionam como uma plataforma de inclusão social, permitindo que diferentes segmentos da população participem activamente na vida cultural da cidade.
No plano organizacional, o festival envolve esforços concertados entre instituições do Estado, estruturas comunitárias, escolas, associações culturais e líderes de opinião local. As autoridades destacam a importância do envolvimento da juventude urbana e periurbana neste processo, como forma de combater fenómenos de alienação cultural, marginalidade juvenil e perda de identidade colectiva num contexto cada vez mais marcado pela globalização e pela migração cultural.
Para além do Festival de Jogos Tradicionais, o Conselho dos Serviços de Representação do Estado analisou outros temas de relevância para o funcionamento e estabilidade da capital moçambicana. Um dos pontos abordados foi o da preparação da recepção da Tocha da Chama da Unidade Nacional, um símbolo que anualmente percorre o país evocando os valores de paz, solidariedade, reconciliação nacional e desenvolvimento sustentável. A recepção da tocha é tradicionalmente marcada por cerimónias cívico-culturais, actuações artísticas e actividades desportivas, envolvendo entidades públicas, organizações da sociedade civil e o público em geral.
Outro tema discutido prendeu-se com o ponto de situação dos preparativos das condecorações do dia 25 de Junho, data da Independência Nacional. Este evento, que reveste-se de importância histórica e simbólica, é normalmente assinalado com a entrega de insígnias e medalhas a cidadãos que se destacaram em várias áreas da vida nacional, incluindo cultura, economia, defesa, educação, saúde e administração pública. As autoridades da Cidade de Maputo encontram-se empenhadas em garantir que as cerimónias decorram num ambiente digno, condizente com a grandiosidade da data e o mérito dos homenageados.
A segurança e a tranquilidade públicas foram igualmente abordadas na sessão. O Conselho de Representação do Estado discutiu o ponto de situação actual da ordem pública na cidade, com destaque para os desafios ligados à criminalidade urbana, gestão do trânsito, ocupações informais, perturbações em zonas residenciais e vandalismo de bens públicos. As autoridades apelaram ao reforço da colaboração entre a Polícia da República de Moçambique (PRM), a Polícia Municipal, os conselhos de bairro e as comissões comunitárias, no sentido de manter um ambiente de paz e civismo, essencial para a realização harmoniosa das actividades planeadas.