O projecto InCiNetwork afirmou-se como uma plataforma estratégica de promoção e circulação do cinema do Oceano Índico, reunindo produções de cinco países da região e criando um espaço privilegiado de encontro entre obras, realizadores e públicos.
Ao longo de três dias, o evento destacou-se pela diversidade estética e temática das produções exibidas, consolidando a cooperação cultural no seio dos países membros da Comissão do Oceano Índico.
Moçambique esteve representado com os filmes Ecos, de Gigliola Zacara, e Entre Eu e Deus, de Yara Costa, duas obras que contribuíram para o debate social e cultural proposto pelo programa.
As produções nacionais integraram uma programação marcada pela reflexão sobre identidade, relações humanas, espiritualidade e desafios sociais contemporâneos, temas transversais à realidade dos países da região.
Mais do que uma mostra cinematográfica, o InCiNetwork tem como objectivo reforçar a visibilidade do cinema produzido nos países da COI e fomentar a circulação regional das obras.
A iniciativa aposta ainda no desenvolvimento de uma plataforma digital colaborativa dedicada ao cinema do Oceano Índico, com vista à valorização das indústrias criativas e à criação de novas oportunidades de difusão e intercâmbio cultural.
Segundo a presidente da Associação Cultural Scala, Marieta Manjate, o projecto assume um papel relevante na aproximação entre os criadores e o público.
Para a responsável, iniciativas desta natureza contribuem para a formação de audiências e para o fortalecimento do cinema enquanto ferramenta de expressão cultural e reflexão social.
Um dos elementos mais valorizados pelo público foi a interacção directa com os realizadores. Para além das exibições, várias sessões incluíram conversas abertas e momentos de perguntas e respostas, permitindo uma troca de experiências que aprofundou a compreensão das obras e dos contextos em que foram produzidas.
A programação integrou nove filmes provenientes de Moçambique, Madagáscar, Maurícias, Ilha da Reunião e Comores, abrangendo curtas, médias e longas metragens.
Esta diversidade permitiu ao público contactar com diferentes linguagens cinematográficas e narrativas que reflectem a riqueza cultural e social do espaço do Oceano Índico.
Das Maurícias, destacaram-se os filmes Pie dan Lo Black Tide e o premiado Simin Zetwal, que abordam questões ligadas à juventude, marginalidade e transformações sociais.
No seu conjunto, o InCiNetwork reforçou o papel do cinema como ponte cultural entre países da região, sublinhando a importância da cooperação artística para a afirmação das cinematografias do Oceano Índico.








