O Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres acolhe, de 16 a 19 de Dezembro de 2025, no Centro Nacional Operativo de Emergência, em Maputo, uma reunião de troca de experiências com delegações da Etiópia e do Sudão do Sul, no âmbito do reforço dos sistemas nacionais de monitoria multirriscos, aviso prévio e coordenação da gestão de emergências.
A iniciativa enquadra se nos esforços regionais para responder de forma mais eficaz aos eventos extremos, cuja frequência e intensidade têm vindo a aumentar em resultado das mudanças climáticas.
O encontro visa promover a aprendizagem mútua e a partilha de boas práticas entre países africanos que enfrentam desafios semelhantes no domínio da redução do risco de desastres.
Na sessão de abertura, a Presidente do INGD, Luísa Celma Meque, destacou o significado estratégico da visita, considerando que a presença das delegações estrangeiras representa uma oportunidade ímpar para a partilha de experiências.
Segundo Meque, os desastres naturais assumem hoje impactos cada vez mais devastadores, exigindo respostas coordenadas, integradas e baseadas em sistemas robustos de aviso prévio.
Durante o encontro, o INGD apresenta aos participantes os mecanismos de funcionamento do sistema moçambicano de gestão e redução do risco de desastres, com destaque para a Sala de Situações instalada no CENOE.
De acordo com Luísa Meque, este espaço constitui um pilar fundamental do sistema nacional de aviso prévio, pela sua capacidade de integrar dados, monitorar fenómenos em tempo quase real e apoiar a tomada de decisão.
A dirigente sublinhou que a Sala de Situações foi concebida para garantir um aviso prévio robusto e eficaz, capaz de salvar vidas e reduzir perdas humanas e materiais. Referiu ainda que o centro está interligado com as Salas da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral e da União Africana, reforçando a coordenação regional na resposta a emergências.
Luísa Meque recordou que a operacionalização do sistema resulta de um esforço conjunto com parceiros estratégicos, entre os quais o Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres, a Fundação CIMA, a We World e a Proteção Civil Italiana.
Num contexto marcado por ciclones intensos e secas severas, que afectaram mais de 2,4 milhões de pessoas na época chuvosa e ciclónica 2024 2025, a responsável considerou urgente consolidar mecanismos de cooperação e aprendizagem conjunta.
Intervindo em representação do UNDRR, o Chefe da Delegação, Mathewos Tulu, explicou que a missão integra um projecto apoiado pelo Governo da Suíça, envolvendo países da Bacia do Nilo, com o objectivo de fortalecer sistemas de monitoria, alerta precoce e resposta.
Segundo afirmou, Moçambique foi identificado como uma referência continental pela experiência acumulada na criação e operacionalização da Sala de Situações.
No encerramento, a Presidente do INGD reiterou o compromisso de Moçambique em aprofundar a colaboração regional e internacional, sublinhando que o intercâmbio beneficia todas as partes envolvidas.
Para Luísa Celma Meque, a cooperação Sul Sul constitui um caminho essencial para a construção de sistemas de gestão do risco de desastres mais resilientes, eficazes e adaptados às realidades africanas.








