Pelo menos seis pessoas perderam a vida na vila de Rongjiang, situada na província de Guizhou, sul da China, devido às intensas inundações que afectam a região desde segunda-feira.
As autoridades locais classificam o episódio como o mais severo dos últimos 50 anos, colocando a vila montanhosa sob estado de emergência.
Segundo informações do Centro de Controlo de Inundações de Guizhou, as chuvas torrenciais provocaram o rápido extravasamento de diversos rios da região, com destaque para os cursos fluviais Duliu, Pingyong e Zhaihao, cujo fluxo de água atingiu impressionantes 11.360 metros cúbicos por segundo, ultrapassando largamente os níveis de segurança.
Áreas de baixa altitude da vila de Rongjiang, consideradas entre as mais expostas a desastres naturais no cenário geográfico de Guizhou, ficaram completamente submersas, obrigando à evacuação urgente de centenas de moradores.
O impacto sobre as infraestruturas é expressivo: estradas ficaram intransitáveis, redes de comunicação foram cortadas e várias famílias permanecem isoladas, aguardando socorro.
Apesar da ligeira melhoria verificada esta quarta-feira, com a descida do nível das águas para abaixo da linha de alerta, as consequências continuam visíveis.
Persistem falhas no abastecimento de água potável e energia elétrica, e os trabalhos de desobstrução e reconstrução estão em curso, mobilizando equipas de resgate enviadas de províncias vizinhas.
As ruas de Rongjiang continuam cobertas por lama densa e detritos, dificultando a mobilidade e o início das operações de limpeza profunda. Várias lojas, escolas e habitações foram invadidas pelas águas e encontram-se inoperacionais.
As autoridades mantêm equipas no terreno a operar maquinaria pesada e a realizar buscas por possíveis desaparecidos.
Um dos ícones locais mais afectados foi o campo de futebol que acolhe a célebre “Superliga das Aldeias”, um torneio que tem projectado Rongjiang no panorama desportivo comunitário da China. O recinto desportivo encontra-se totalmente inundado e coberto de lama, simbolizando o alcance destrutivo das cheias.
O fenómeno em Guizhou não é um caso isolado. Fortes precipitações registadas nas últimas semanas têm causado danos significativos noutras regiões do centro e sul da China, num padrão crescente de eventos extremos.
Especialistas em climatologia chinesa alertam que estas ocorrências estão fortemente ligadas às mudanças climáticas globais, cuja incidência tende a aumentar a frequência e a intensidade de desastres naturais como o que agora atinge Guizhou.
As autoridades locais permanecem em estado de vigilância, apelando à população para que evite deslocações desnecessárias e colabore com as forças de emergência.
Enquanto isso, o governo central avalia mecanismos de apoio humanitário e financiamento à reconstrução, num esforço para devolver estabilidade à vila e preparar melhor as comunidades para futuros desafios climáticos.