Cripta dos Heróis acolhe líderes africanos e discursos de esperança pelo futuro de Moçambique
Várias figuras de destaque do continente africano e da lusofonia marcaram presença, esta quarta-feira, na cerimónia solene realizada na Cripta dos Heróis Moçambicanos, em Maputo, no âmbito das celebrações dos 50 anos de aniversário da independência nacional.
O acto, carregado de simbolismo, contou com a presença de Chefes de Estado de países irmãos, como o Zimbábue, Tanzânia, Zâmbia, Botswana, Guiné-Bissau, bem como do Rei Mswati III, da eSwatini, e outros representantes de governos e instituições internacionais.
A cerimónia foi marcada por momentos de homenagem aos combatentes da luta de libertação nacional e intervenções que apelaram à continuidade da unidade, do progresso e da defesa dos valores que sustentam a soberania moçambicana.
Entre os intervenientes de maior destaque esteve o antigo Presidente da República, Armando Emílio Guebuza, que, num tom reflexivo e encorajador, afirmou:
“Depois de termos vencido grandes desafios, depois de termos sofrido muitos problemas – mesmo assim vencemos. Este é um momento para dizermos: continuemos na mesma rota. Não para trazer mais problemas, mas sim para encarar os problemas como portas a abrir. Continuemos a lutar, e com a certeza que daqui, venceremos qualquer coisa que possa querer pôr em causa a nossa independência.”
As palavras de Guebuza ecoaram entre os presentes como um apelo à perseverança nacional e à firmeza diante de obstáculos que, ainda hoje, ameaçam o caminho de estabilidade e desenvolvimento.
A antiga Primeira-Dama de Moçambique, Graça Machel, também usou da palavra para destacar o papel transformador da ciência, da inovação e da educação no futuro do país. “Precisamos fazer muito mais nas áreas da ciência e tecnologia, nas áreas da economia de uma maneira geral. Mas, sobretudo, precisamos de esperança”, afirmou, sublinhando a importância de mobilizar a juventude moçambicana para enfrentar os desafios do século XXI com confiança e ambição.
Já o Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, destacou a solidariedade entre os povos e reafirmou o compromisso da nação portuguesa com o futuro de Moçambique.
“Tem que se ter esperança no futuro. Quero que saibam que estou aqui em nome de todo o Portugal para acompanharmos Moçambique neste grande dia: um dia de alegria, um dia de responsabilidade, um dia de aposta no futuro, um dia da juventude”, declarou, reforçando os laços históricos e culturais que unem os dois países.
A presença de líderes regionais reforçou a importância de Moçambique no xadrez político e diplomático africano, com destaque para os chefes de Estado do Zimbábue, Tanzânia, Zâmbia e Guiné-Bissau, que prestaram igualmente tributo aos mártires da luta de libertação.
O evento terminou com a deposição de coroas de flores e momentos de silêncio em homenagem aos heróis da pátria, num ambiente de respeito e solenidade que marcou profundamente os presentes.
As celebrações prosseguem com actividades culturais, desportivas e cívicas em todo o território nacional, numa demonstração de orgulho e reafirmação do compromisso colectivo com os ideais da independência, conquistada a 25 de Junho de 1975.