O vice-comandante-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Aquilasse Kapangula Manda, afirmou que estão em curso processos de investigação que poderão culminar na expulsão de agentes acusados de desrespeitar as ordens internas e de provocar a morte de um adolescente em Bobole, província de Maputo.
O caso refere-se ao disparo que vitimou um rapaz de 12 anos, acto que gerou indignação popular e reacendeu o debate sobre a actuação da Polícia de Protecção, proibida de realizar fiscalização de viaturas em estradas.
Em declarações feitas esta sexta-feira, na província de Gaza, Kapangula Manda lamentou a situação, reforçando que apenas agentes especializados devem ordenar a imobilização de veículos. “Infelizmente houve quem ultrapassou a cadeia de comando, desencadeando uma perseguição sem necessidade, que resultou numa tragédia”, afirmou.
Segundo o dirigente, não restam dúvidas de que os envolvidos serão alvo de processos disciplinares e criminais. “Trata-se de um acto de indisciplina que culminou num crime. O processo-crime já está em curso, mas, no âmbito disciplinar, tudo indica que a medida final será a expulsão desses colegas da corporação”, garantiu.
Kapangula Manda admitiu ainda que a reputação da Polícia ficou comprometida com o episódio, sublinhando que a responsabilização é essencial para recuperar a confiança da sociedade. “A população não é inimiga da Polícia, mas a nossa imagem foi fortemente abalada. Estamos a reforçar encontros de aproximação com as comunidades e a incentivar denúncias de comportamentos inadequados dos agentes”, acrescentou.
Durante o encontro, o vice-comandante também chamou atenção para a elevada sinistralidade rodoviária em Gaza, onde, nos últimos tempos, foram registados 57 acidentes com 56 vítimas mortais. Ele destacou a necessidade de maior rigor por parte da Polícia de Trânsito para evitar facilidades que possam originar tragédias.