O Governo moçambicano reafirmou nesta terça-feira que é papel do Estado perseguir, travar e retardar os ataques em Cabo Delgado, com o objectivo de garantir “menos sofrimento possível” para a população afectada pela violência.
“Lamentamos este infortúnio, mas não paramos nesta componente da lamentação. Por isso é que estamos com forças empenhadas para o efeito, e os detalhes deste serão dados, se necessário, pelas entidades de segurança no terreno ou pelos responsáveis ao nível central”, afirmou Inocêncio Impissa, porta-voz do Conselho de Ministros, após a sessão semanal do órgão em Maputo.
Em referência ao ataque ocorrido no domingo (07.09), em Mocímboa da Praia, que resultou em quatro mortos, Impissa assegurou que as Forças de Defesa e Segurança estão mobilizadas e actuam sob coordenação dos ministros da Defesa e do Interior.
O porta-voz sublinhou que cabe ao Estado travar a “onda de malfeitores” em Cabo Delgado para preservar a tranquilidade dos cidadãos. “O papel do Estado é garantir que os cidadãos tenham menos sofrimento possível (…). O papel do Estado vai ser este de continuar a perseguir e retardar naturalmente qualquer tipo de ataque e perseguição da população moçambicana”, frisou.
Segundo autoridades locais, além das quatro mortes registadas em Mocímboa da Praia, uma viatura foi incendiada durante a incursão dos atacantes. O administrador distrital confirmou que a ordem já foi restabelecida, estando as forças no terreno a perseguir os autores do ataque.
A província de Cabo Delgado tem registado um aumento da violência desde julho, com incidentes em vários distritos, incluindo Chiúre, Muidumbe, Quissanga, Ancuabe, Meluco e, mais recentemente, Mocímboa da Praia. No sábado (06.09), seis pessoas foram mortas e campos agrícolas saqueados em Muidumbe, durante outro ataque atribuído a grupos rebeldes.